Como alternativa para segurar a inflação dos alimentos, o governo federal decidiu zerar o Imposto de Importação de nove tipos de alimentos, conforme anunciou na noite de ontem (6) o vice-presidente Geraldo Alckmin. As medidas foram divulgadas após uma série de reuniões ao longo da quinta-feira (6). O objetivo é reduzir a inflação dos alimentos que vem reduzindo o poder de compra das famílias.
O peso dos alimentos pesa, inclusive entre os cuiabanos. O custo da cesta básica na capital do estado segue aumentando, atingindo nesta primeira semana de março R$ 811,92 em média, sendo o maior valor do ano.
Os alimentos que terão os tributos zerados são: azeite: (hoje 9%), milho: (hoje 7,2%), óleo de girassol: (hoje até 9%), sardinha: (hoje 32%), biscoitos: (hoje 16,2%), massas alimentícias (macarrão): (hoje 14,4%), café: (hoje 9%), carnes: (hoje até 10,8%) e o açúcar: (hoje até 14%). A cota de importação do óleo de palma, atualmente em 65 mil toneladas, subiu para 150 mil toneladas.
Segundo Alckmin, a redução de tarifas entrará em vigor nos próximos dias após serem aprovadas pela Câmara de Comércio Exterior (Camex). “O governo está abrindo mão de imposto em favor da redução de preço”, declarou o vice-presidente.
As medidas foram anunciadas após uma reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Alckmin com ministros e empresários, no Palácio do Planalto.
Para o vice-presidente, a medida não prejudicará os produtores nacionais, apesar da concorrência com o alimento importado. “Nós entendemos que não [vai prejudicar o produtor brasileiro]. Você tem períodos de preços mais altos, mais baixos. Nós estamos em um período em que reduzir o imposto ajuda a reduzir preços. Você está complementando. Não vai prejudicar o produtor, mas beneficiar os consumidores”, declarou.
OUTRAS MEDIDAS – Além da redução das tarifas, Alckmin anunciou o fortalecimento dos estoques reguladores da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O vice-presidente não entrou em detalhes.
No mês passado, a companhia havia pedido R$ 737 milhões para reconstituir os estoques de alimentos desmantelados nos últimos anos.
Alckmin também anunciou a prioridade para os alimentos da cesta básica no próximo Plano Safra.
Segundo o vice-presidente, os financiamentos subsidiados deverão se concentrar na produção de itens que compõem a cesta básica, aumentando o estímulo a produtores rurais que produzam para o mercado interno.
A última medida anunciada por Alckmin foi a aceleração do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA). Esse sistema descentraliza as inspeções sanitárias, permitindo que estados e municípios façam o trabalho.
Segundo o vice-presidente, o governo pretende aumentar o número de registro no sistema de 1.550 para 3 mil.
De acordo com Alckmin, a medida permitirá que produtos como leite, mel, ovos e carnes sejam liberados mais rapidamente para venda em todo o país.
MAIOR VALOR DO ANO – O custo da cesta básica na capital do estado segue aumentando, atingindo nesta primeira semana de março R$ 811,92 em média. Este é o patamar mais elevado no ano, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio Mato Grosso (IPF-MT). A elevação observada foi de 0,20% sobre a semana anterior, contribuindo, inclusive, para deixar o custo do mantimento 5,14% mais caro no comparativo com o mesmo período do ano passado.
Os altos índices da cesta, observados nas últimas semanas, seguem preocupando os consumidores e, consequentemente, supermercadistas e proprietários de bares e restaurantes, que precisaram aumentar seus custos. O efeito disso é a queda no consumo por parte das famílias, prejudicando a economia geral, destaca a pesquisa.
O tomate segue apresentando as maiores variações de preços nas últimas semanas, dessa vez, aumentando mais 10% o seu valor, chegando a custar R$ 7,03/kg na média. Conforme análise do IPF-MT, a antecipação da colheita provocada pela onda de calor dos meses anteriores pode ainda estar associada à baixa oferta do fruto, o que acaba por elevar seu preço.
Outro produto que segue em constante crescimento é a batata, que apresentou variação de 5,22% no seu preço e chegou a custar em média R$ 4,26/kg. Também segundo análise do Instituto da Fecomércio-MT, o período de chuvas de algumas regiões, aliado à onda de calor, prejudicou a rotina de colheita, resultando na perda de alguns produtos. Tal situação pode ter reduzido a oferta em outros estados, causando uma elevação no valor do produto.
Apresentando variação pela primeira vez no ano, o pão francês subiu 2,35% nesta primeira semana de março, passando a registrar R$ 19,35/kg na média. Atualmente, o trigo de melhor qualidade para panificação está com a oferta menor, afetando, assim, o preço do pão francês.
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