Maio fechou em ‘compasso de espera’ pelos incentivos do governo federal e apesar de o saldo ter sido positivo no quinto mês do ano, os números precisam ser analisados com cautela para se compreender o acumulado do ano. Os dados são da Fenabrave/MT (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
O mês de maio fez frente a abril com crescimento de 16,43%. Foram 9.453 unidades emplacadas contra 8.119 unidades de abril. Com mais dias úteis, a comparação mensal dá vantagem a maio onde todos os segmentos cresceram. Juntos, os automóveis e comerciais leves cresceram 9,39%. Já o segmento de caminhões cresceu 25,52%, ônibus 527,27%, no segmento de motocicletas o crescimento foi de 18,6% e no segmento de implementos rodoviários a alta foi de 14,61%.
No entanto, o setor segura as comemorações quando avalia os dados do acumulado do ano. Nessa comparação, chama atenção as reduções nas vendas de automóveis, caminhões e implementos rodoviários. No último ano, a queda na comercialização de automóveis foi de 3,04%. Já os caminhões caíram 20,13% e os implementos rodoviários 19,51%.
Para acelerar as vendas de automóveis e comerciais leves, o governo federal anunciou, há poucos dias do encerramento do mês, a implantação de medidas que visam a retomada das vendas e mais poder de compra ao consumidor. Entre as ações, está a redução de tributos.
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SEM ILUSÕES – Em números absolutos, os quatro dias úteis a mais em maio (22 dias), favoreceram a alta de 16,4% nos emplacamentos de veículos em geral sobre abril (18 dias). Isso dá um falso sinal de retomada nas vendas.
Segundo o presidente da Fenabrave Regional Mato Grosso, Paulo Boscolo, para acentuar a redução nas vendas diárias de maio, o anúncio do governo inibiu muitos consumidores. “O mês já apresentava lentidão nas vendas e ficou ainda mais lento com as medidas do governo federal, que fez com que os consumidores esperassem as novidades e mais informações”, destacou Boscolo.
Paulo destaca que o segmento de motocicletas, que emplacou 18.580 unidades no acumulado do ano (alta de 28,89%), o que puxa muito para cima os percentuais. Enquanto isso, automóveis acumulam queda de 3% e caminhões 20,13%. Estes três segmentos formam o maior volume de vendas no setor automotivo.
“Precisamos olhar o total, mas igualmente cada segmento para não se enganar. Se os primeiros meses comprometem a expectativa de alcançar até 8% de aumento nas vendas ao final do ano, espera-se que as medidas que o governo federal tem anunciado, possam ajudar no fortalecimento das vendas”, destacou.