A pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e analisada pelo Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio Mato Grosso (IPF/MT), mostra o segundo recuo mensal consecutivo da pesquisa que monitora o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), em Cuiabá. O mês de janeiro de 2023 registra 119,1 pontos, queda de -9% em relação a dezembro do ano passado (130,9 pontos) e de -18% no comparativo com novembro (146 pontos).
Segundo análise do IPF/MT, quase todos os subíndices apresentaram queda no primeiro mês de 2023, com exceção do que avalia a Situação Atual dos Estoques, que apresentou crescimento de 3%. O subíndice com maior recuo se relaciona a Expectativa Futura da Economia (-15%), seguido da Expectativa de Contratação de Funcionários (-14%).
Para este último, o mês de janeiro, tradicionalmente, é um momento de redução da contratação, por ser um período de menor quantidade de vendas. Parte do efetivo contratado como temporário no fim do ano passado acaba sendo efetivada, o que reduz a intenção de criação de novas vagas.
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Além disso, para o presidente da Fecomércio/MT, José Wenceslau de Souza Júnior, são vários os fatores que podem influenciar na queda do índice neste início de ano. “A retração pode ser reflexo das avaliações políticas de incerteza, provocado pelo período eleitoral, somado ao mês de janeiro, que não possui uma data relevante para o comércio. Além disso, no início do ano existem vários impostos a serem pagos pelo cidadão”, explica o presidente.
Por este motivo é que a capital mato-grossense segue a tendência de queda, o que ocorre no nível nacional. Em ambos os casos, o índice atingiu o mesmo nível de 119 pontos e, apesar disso, se mostra acima dos 100 pontos, marco para determinar a satisfação dos empresários do comércio, que é um indicativo de otimismo.
“Portanto, o cenário de expectativas do empresário, no curto e médio prazo, está sendo influenciado nos últimos meses pelo contexto político, assim como de mercado, como a saída do período festivo de fim de ano. Esses fatores pesam consideravelmente nas avaliações do comércio”, destaca Wenceslau Júnior.