O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a Pesquisa Industrial Anual – Empresa e Produto – PIA Empresa e PIA Produto, que retrata as características estruturais do segmento de empresas industriais no Brasil, englobando as Indústrias extrativas e as Indústrias de transformação.
Na Região Centro-Oeste, que representou 7,4% do total da receita industrial do País, os destaques foram os produtos da agroindústria: carnes de bovinos frescas ou refrigeradas (11,9%); tortas, bagaços e farelos da extração do óleo de soja (9,8%); e adubos ou fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) (6,7%), que foram responsáveis por 28,4% das vendas da região.
No contexto de Mato Grosso, a PIA-Produto aponta que carnes de bovinos frescas ou refrigeradas foi o primeiro colocado no ranking de produtos/serviços industriais por valor de produção em unidade locais produtivas industriais em empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas no estado, com R$ 18,01 bilhões. Em segundo lugar ficou o produto Tortas, bagaços e farelos da extração do óleo de soja, inclusive cascas, palhas e outros resíduos dessa extração, com R$ 17,1 bilhões, seguido de adubos ou fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) com R$ 13,8 bilhões; em quarto, álcool etílico (etanol) não desnaturado, com teor alcóolico em volume maior ou igual a 80%, para fins carburantes (destinado para ser adicionado à gasolina), com R$ 7,9 bilhões e carne de bovinos congeladas com R$ 6,8 bilhões, completa o quinto lugar na lista.
No que concerne à quantidade de vendas de carnes de bovinos frescas e refrigeradas, Mato Grosso lidera entre todos os estados com 1.366.913 toneladas (t), à frente de São Paulo (1.288.524 t) e Mato Grosso do Sul (979.223 t). Quanto à receita líquida, porém, Mato Grosso fica em segundo lugar com R$ 17,3 bilhões, atrás somente de São Paulo (com R$ 18,8 bilhões) no valor de receita líquida.
A indústria da Região Centro-Oeste se caracteriza pela existência de plantas agroindustriais com uso intensivo em tecnologia e forte potencial exportador, o que passou a dotar a Região de um complexo industrial tanto na indústria alimentícia e de biocombustíveis quanto na indústria química, esta última voltada à produção de fertilizantes. Esse perfil se traduziu na composição das principais atividades em Mato Grosso e Goiás, cujo trio de atividades demonstrou estabilidade, permanecendo no ranking na comparação com ano de 2013, embora com algumas alternâncias de posição que refletem a dinâmica do mercado interno e dos preços internacionais.
Na Região Centro-Oeste, Mato Grosso contribuiu com 28,2% do VTI, atrás apenas de Goiás com 44,4%, e à frente de Mato Grosso do Sul com 24,7% e do Distrito Federal com 2,7% de participação no Valor de Transformação Industrial. Entre 2013 e 2022, a participação do VTI no estado de Mato Grosso passou de R$ 14,9 bilhões em 2013 para R$ 41,1 bilhões em 2022, um aumento de cerca de 176% em uma década de acordo com a pesquisa, ocupando a 13ª posição no ranking2 dos estados em valor da transformação industrial para unidades locais produtivas industriais em empresas com cinco ou mais pessoas ocupadas, com 1,7% de participação sobre o total no Brasil.
Na lista de receita líquida de venda em unidades locais produtivas industriais em empresas com cinco ou mais pessoas ocupadas, porém, o estado sobe para a 10ª colocação3 , com 2,7% de participação do total brasileiro. Já no ranking de pessoal ocupado, Mato Grosso fica em 12º lugar, com 1,4% de participação de pessoal ocupado no país.
O número de unidades locais industriais em Mato Grosso foi de 3.154 e a receita líquida de vendas aumentou de R$ 47,7 bilhões em 2013, para R$ 169,01 bilhões, em 2022, no estado. O pessoal ocupado em 31 de dezembro subiu de 110.858 para 111.408 no mesmo período. Os salários, retiradas e outras remunerações passaram de R$ 2,2 bilhões para R$ 4,5 bilhões na mesma comparação.
As principais atividades industriais que contribuíram para a composição do Valor e Transformação Industrial em Mato Grosso foram a fabricação de produtos alimentícios (47,7%), fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (20,1%) e a fabricação de produtos químicos (9,6%),