O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), divulgado pelo IBGE, acumula alta de 19,29% em Mato Grosso, na comparação anual entre janeiro a novembro de 2021. A inflação sobre o setor está acima da média nacional, que no mesmo período, foi de 18,04%, bem como do contabilizado na região Centro-Oeste, cuja variação é de 18,51%.
Com a alta, o custo do metro quadrado (m²) em Mato Grosso atingiu valor recorde: R$ 1.463,39. Apesar da majoração, puxada pela parcela de materiais de construção, o m² mato-grossense é o mais baixo do Centro-Oeste.
Ainda conforme o IBGE, dos mais de R$ 1,4 mil de custo em Mato Grosso, R$ 903,31 são referentes à parcela de materiais, componente que atingiu recorde em novembro, após variação contínua desde junho. Já a mão-de-obra representa R$ 560,80 do total do m², destacando ao longo do ano houve estabilidade, e na passagem de outubro para novembro, uma leve retração, já que no mês passado estava a R$ 562,96.
Ainda em relação ao Centro-Oeste, o Distrito Federal segue apresentando o maior valor pelo metro quadrado construído, R$ 1.569,72 e variação anual de 18,55%. Mato Grosso do Sul vem na sequencia com custo a R$ 1.480,76 (23,61%) e com a maior inflação acumulada no ano. Goiás teve alta anual de 15,41% e m² a R$ 1.476,26.
BRASIL – O acumulado de janeiro a novembro ficou em 18,04%. Em novembro de 2020 o índice foi 1,82%.
“Está é a quarta menor taxa do ano. Desde agosto, os índices estão mais ou menos no mesmo patamar, diferente do período de janeiro a julho em que todas as taxas eram muito altas. E isso fica ainda mais evidente quando se compara com as taxas do ano passado: setembro (0.88%, ante 1,45% em 2020); outubro (1,01%, versus 1,71%) e novembro, (1,07% contra 1,82%). As variações não tiveram sobressalto grande e estão mais próximas umas das outras. Os últimos quatro meses apresentaram as menores taxas do ano”, analisa o gerente do Sinapi, Augusto Oliveira.
O custo nacional da construção por metro quadrado, que em outubro foi de R$ 1.490,88 passou em novembro para R$ R$ 1.506,76, sendo R$ 903,22 relativos aos materiais e R$ 603,54 à mão de obra.
O gerente explica que a parcela de materiais continua pesando mais, com alta generalizada, embora em menor intensidade. Essa alta generalizada dos materiais ocorreu em todos os estados, com destaque para o Centro-Oeste que registrou a maior variação no mês (1,60%). A região também foi impactada pelo dissídio no Distrito Federal. “Como tivemos diversos insumos com alta, mas com intensidade menor, é difícil destacar um material que tenha impacto significativo. Mas o segmento de tintas teve um número maior de estados apresentando altas”, diz Oliveira.
Já a parcela da mão de obra, com taxa de 0,18%, recuou 0,46 ponto percentual frente ao índice de outubro (0,64%), apesar de dois acordos firmados. Comparado a novembro de 2020 (0,25%), a queda foi menos significativa (0,07 p.p.).
Entre os estados, a maior alta ocorreu em Roraima (4,64%), com muitas altas de materiais e captação de acordo coletivo em que as categorias profissionais tiveram correção dos pisos salariais.