O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda de março de 2023 registrou desaceleração para todas as classes de renda pesquisadas, na comparação com fevereiro. Os dados, divulgados, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, na última sexta-feira (14), mostram que a menor taxa foi observada entre as famílias de renda muita baixa (0,53%), enquanto a maior ficou com as famílias de renda média-alta (0,81%).
Na análise por grupos, os reajustes de 8,3% da gasolina e de 3,2% do etanol fizeram com que a alta do grupo transportes se tornasse o principal ponto de pressão inflacionária para todas as faixas de renda. Para as famílias de maior renda, o impacto desse grupo foi amenizado, em parte, pelas quedas de 5,3% das passagens aéreas e de 1,6% do seguro veicular.
Embora em menor intensidade, as altas dos grupos habitação e saúde e cuidados pessoais também pressionaram a inflação em março. No primeiro caso, o principal foco inflacionário veio do aumento de 2,3% das tarifas de energia elétrica, sobretudo para as famílias de renda mais baixa.
Já em relação ao grupo saúde e cuidados pessoais, enquanto o maior impacto para as famílias de menor poder aquisitivo foi a alta de 0,72% dos produtos de higiene pessoal, o reajuste de 1,2% dos planos de saúde se tornou o principal ponto de pressão inflacionária para os segmentos de renda mais elevada.
Para essas famílias de renda alta, adicionam-se os reajustes de 0,32% dos serviços pessoais e de 0,55% dos serviços de recreação, que fizeram com que o grupo despesas pessoais fosse responsável por uma contribuição significativa à inflação deste segmento em março.
Na comparação com março de 2022, houve uma forte desaceleração na taxa de inflação para todas as classes, mas essa redução foi mais intensa entre as famílias de menor renda, principalmente devido à melhora no comportamento dos alimentos no domicílio. Com exceção dos subgrupos de pescados e de aves e ovos, todos os outros 14 segmentos que compõem a alimentação no domicílio registraram variações de preços menores em março de 2023, relativamente ao observado no mesmo período de 2022.
No acumulado em 12 meses, até março, enquanto as famílias de renda alta tiveram a variação mais elevada (6,44%), a menor taxa inflacionária pertenceu ao segmento de renda média-baixa (4,38%). Já entre as famílias de renda muito baixa, ela foi de 4,60%.
Os dados acumulados em 12 meses também mostram que, até março de 2023, na comparação com o mês imediatamente anterior, a inflação desacelerou para todas as faixas de renda. Com exceção do segmento de renda alta, todas as demais classes já registram variações em 12 meses abaixo de 5%.