Em maio de 2024, as vendas do comércio de Mato Grosso registraram um bom desempenho na comparação com o mês anterior. A alta foi de 3,0% para o comércio varejista e de 2,9% para o varejo ampliado. No acumulado do ano, que compara o período de janeiro a maio de 2024 com o mesmo período de 2023, observa-se um crescimento do comércio varejista, ainda que a um ritmo menor do que em anos anteriores, e uma estagnação das vendas do varejo ampliado.
No setor de serviços, a comparação entre maio e abril também mostra um crescimento expressivo da atividade, mas a queda no acumulado do ano ainda se mantém. Em suma, os dados sugerem que a desaceleração econômica do estado foi atenuada em maio.
A presente edição do Panorama também apresenta dados sobre o setor externo de Mato Grosso e mostra queda das exportações e das importações no 1º semestre do ano, majoritariamente ligadas ao agronegócio. Estimativas oficiais apontam para queda da produção agrícola em 2024.
De acordo com o presidente da FCDL/MT, David Pintor, no mercado de trabalho, o estado registra saldo positivo de criação de vagas formais no acumulado do ano. O comércio local criou mais de 4 mil vagas formais de janeiro a maio. Já a agropecuária registrou saldo negativo de criação de vagas, indicando que as demissões superaram as admissões. “No próximo mês será possível fazer um balanço do primeiro semestre do ano, com os dados de junho disponíveis. O desafio para o segundo semestre será atenuar os impactos da quebra de safra sobre o setor de serviços, garantindo que a atividade econômica do estado encerre o ano com crescimento”, disse ele.
VENDAS DO VAREJO – De acordo com dados do IBGE, no estado de Mato Grosso, as vendas do comércio varejista registraram crescimento expressivo em maio de 2024. O avanço foi de 3,0% na comparação com o mês anterior e ficou acima da média nacional (1,2%). O comércio varejista desconsidera as vendas de veículos, motocicletas, materiais para construção e atacadista de alimentação e bebidas.
INDÚSTRIA E SERVIÇOS – Em Mato Grosso, o índice do IBGE que mede a atividade do setor de Serviços registrou avanço expressivo na comparação mensal, entre maio de 2024 e o mês imediatamente anterior. Nessa base de comparação, o crescimento foi de 6,2%. Foi a segunda alta consecutiva desse indicador, depois de um período de quedas observadas a partir do 2º semestre de 2023.
Apesar do resultado mensal positivo, a prestação de serviços no estado segue com queda no acumulado do ano. Na comparação entre o período de janeiro a maio de 2024 e o mesmo período de 2023, o recuo foi de 5,1%. A produção industrial, por sua vez, segue crescendo. Por fim, refletindo as dificuldades do agro local, as exportações do estado recuaram 13,6% na comparação entre o 1º semestre de 2024 e o mesmo período de 2023. As importações também recuaram, com queda de 16,1%. No 1º semestre, o saldo da balança comercial foi de US$ 14,7 bilhões.
MERCADO DE TRABALHO – Os números divulgados pelo Caged mostram que, em 2024, considerando o período de janeiro a maio, o estado de Mato Grosso continuou a registrar saldo expressivo de criação de vagas de trabalho. Ao longo desses meses, 31,7 mil vagas formais foram criadas no conjunto de todos os setores do estado. Esse número resulta da diferença entre o total de admissões e o total de demissões de empregos formais.
O setor que liderou a criação de vagas no estado foi o setor de Serviços, com saldo de 13.908 vagas criadas nesse período. Em seguida, aparece Construção, com o segundo maior saldo de janeiro a maio (8.633), e a Indústria (5.991). Analisando apenas o mês de maio, 3.100 vagas formais foram criadas em Mato Grosso, sendo que 126 foram criadas no comércio. Observa-se que, ao longo de 2024, o saldo de criação de vagas no comércio foi caindo – em janeiro, o setor chegou a criar 1.504 vagas formais.
MERCADO DE CRÉDITO – De acordo com o Banco Central do Brasil (BCB), o saldo de crédito para Pessoas Físicas (PF) chegou a R$ 148,7 bilhões em maio de 2024, em Mato Grosso. Já o saldo de crédito para Pessoas Jurídicas chegou a R$ 72,2 bilhões. O saldo de crédito representa os valores vencidos ou a vencer das operações de crédito feitas através do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
Analisando a evolução do saldo de crédito nos últimos 12 meses, constata-se um crescimento de 14,1% no saldo de crédito a pessoas físicas na comparação entre maio de 2024 e o mesmo mês do ano anterior; e um avanço de 16,9% no saldo de crédito às empresas. As taxas de crescimento do volume de crédito seguem acima da média nacional.
Por fim, a taxa de inadimplência bancária, medida pelo BCB, chegou a 2,3% no segmento de PF, ficando abaixo da média nacional. Já no segmento de PJ essa taxa foi de 2,4%, no mesmo patamar da média nacional.
INFLAÇÃO (IPCA) – Dados do IBGE mostram que a inflação apurada no Centro-Oeste foi de 5,0%, considerando o acumulado dos 12 meses encerrados em junho de 2024, ante 4,2% da média nacional. A inflação representa a variação média dos preços da cesta de bens e serviços que compõem o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – o índice de inflação oficial do país. O detalhamento do IPCA mostra que, no país como um todo, os itens que apresentaram a maior alta de preços foram os itens de “Educação” (6,9%). Outro índice de preços importante é o IGP-M. Apurado pela Fundação Getúlio Vargas, esse índice é frequentemente utilizado para a correção de contratos de aluguéis e considera itens voltados para o consumidor final e itens intermediários, voltados para a produção de outros bens. Depois de um longo período de queda, o IGP-M voltou a subir, registrando alta de 2,45% nos 12 meses encerrados em junho de 2024.