Soluções para que as empresas de Mato Grosso possam atravessar o momento atual, de forte crise econômica gerada pela pandemia do novo coronavírus, foi o tema da live (conversa online) promovida na terça-feira (05.06) pela Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt) com o superintendente do Banco do Brasil (BB) no estado de Mato Grosso, Cássio Daltoé.
Na live, denominada “A Crise Tem Solução”, o presidente do Sistema Fiemt, Gustavo de Oliveira, e o representante do BB analisaram as ferramentas e as linhas de crédito que banco disponibiliza para auxiliar o empresário a manter seu negócio, além das tendências de negócios geradas em função do isolamento social necessário durante a pandemia.
O MT Econômico acompanhou o debate online e traz os principais pontos abordados.
Tendências Pós-pandemia
O presidente do Sistema Fiemt apresentou um quadro das tendências nos negócios geradas pela pandemia, com destaque para a economia de baixo contato físico; o consumo sustentável
Gustavo destacou que as empresas que se sairão melhores da crise são aquelas que estão buscando soluções imediatas para seus negócios, como comércio eletrônico e delivery. Terão destaque as empresas que apresentarem soluções para seus clientes, antecipando suas necessidades, buscando alternativas, buscando entregar ao consumidor o que ele precisa. “Não deixe que seu concorrente apresente ao cliente o que ele precisa, busque você soluções para ele. Temos visto isto nos pequenos e micro negócios, que estão se adaptando à nova realidade para atender o consumidor”.
Cássio Daltoé explicou que, no setor bancário o atendimento será cada vez mais de forma online. As visitas nas agências bancárias físicas só serão necessárias quando o assunto não tiver uma solução por meio digital. O mesmo deve acontecer com inúmeros setores. “As empresas terão que ser mais ágeis, agregando produtos e serviços. As plataformas digitais serão cada vez mais usadas nos negócios e fornecerão uma ampla gama de oportunidades de negócios e serviços”.
As empresas que investirem em venda eletrônica, por exemplo, terão a oportunidade de ampliar seu portfólio de vendas, com uma oferta variada de produtos, já que não terão necessidade de um amplo de espaço físico para exposição e estoque.
A realidade das empresas brasileiras
Outro quadro apresentado foi sobre a realidade das empresas brasileiras, como a descapitalização e a baixa produtividade, fatores que fazem com que tenham maior dificuldade em atravessar crises ou sair delas vivas. O custo Brasil é um dos principais fatores que impedem os negócios nacionais de serem mais competitivos. Destaques para o alto custo do crédito; alto custo do emprego; alto custo das rescisões (trabalhistas); trabalhadores improdutivos (qualificação, equipamentos, perturbações); dificuldade para receber dívidas; complexidade do ambiente de negócios (burocracia); baixa internacionalização; baixa formalidade e empresas descapitalizadas. “São problemas transversais de todas as empresas brasileiras”, aponta Gustavo de Oliveira.
Além do custo Brasil, que encarece os negócios, outro destaque é para a baixa produtividade do trabalhador, não por responsabilidade do mesmo, mas porque na maioria das vezes não estão bem treinados, o processo de seleção é falho e muitos não tem os equipamentos ou as ferramentas adequadas para desempenhar bem suas funções.
A falta de capital também impõe às empresas brasileiras um baixo investimento em tecnologia, fazendo com que os processos de produção e venda sejam mais lentos e menos lucrativos.
Linhas de crédito
O superintendente do Banco do Brasil, Cássio Daltoé, explanou as linhas de créditos emergenciais disponíveis na instituição para atender as empresas, em especial crédito para arcar com a folha de pagamento nos próximos meses. Destacando que as linhas são oferecidas para as empresas que já processam a folha de pagamento através do BB. O crédito pode ser acessado para duas folhas, válido por quatro meses.
– Fopag Covid-19 : Voltada para pequenas e médias empresas, com faturamento de R$ 360 mil a R$ 10 milhões. O crédito conta com repasses de fundo emergencial aprovado pela União e é destinada para recebimentos de até dois salários mínimos. A carência é de seis meses, com parcelamento em até 36 meses, incluindo a carência. Os juros são de 3,75% ao ano (atual taxa Selic).
– Giro Emergencial: Para o pagamento de quem recebe acima de dois salários mínimos. Parcelamento em até 12 meses e juros a partir de 0,85% ao mês.
– Giro Empresa: Destinado a empresas que faturam acima um milhão de reais, com carência de 90 dias, parcelamento de até 36 meses e juros em torno de 0,85% ao mês.
– Giro Corporate: Para empresas que faturam entre R$ 5 milhões e R$ 45 milhões, com carência de 180 dias, parcelamento em até 48 meses e juros também em torno de 0,85% ao mês.
Sobre reclamações de que o Banco do Brasil tem demorado para disponibilizar os financiamentos e serviços anunciados pelo Governo Federal, o superintendendo do banco explicou que é necessário um período para que a instituição processe as novas medidas e o sistema interno se adapte ‘às novas ações, além de que, algumas medidas anunciadas pelo governo necessitam da aprovação do Congresso Nacional antes de serem implementadas.
Sobre o FCO, Cássio Daltoé destacou que o banco tem aceito novas propostas, mas que a liberação do crédito está vinculada a disponibilidade de recursos no Fundo, inclusive ao pagamento de parcelas de financiamentos já contratados.
Taxa de Juros
Sobre as taxas de juros bancárias, o superintendente do Banco do Brasil apontou que já havia uma tendência de ficarem mais baixas, fato que se acentuou com a chegada da crise econômica gerada pela pandemia. A expectativa é que as taxas bancárias se aproximem cada vez mais da Selic, que hoje está em 3,75%. É esperado que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que se reunirá nesta quarta-feira (06.05), baixe a taxa básica de juros (Selic) de 3,75% para 3,25%.
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