A maioria da população no Centro-Oeste admite que entende pouco ou nada de educação financeira, mesmo considerando o assunto importante para a vida pessoal e profissional. É o que revela a 17ª edição da pesquisa semestral Observatório Febraban feita pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE) para a Febraban.
Na região, a pesquisa apurou que 56% da população não entende nada ou tem poucos conhecimentos sobre educação financeira, considerando itens nesse conceito como controle de despesas, endividamento, poupança e investimento. Porém, 85% reconhecem que o tema é muito importante, e 72% acreditam que o planejamento financeiro influencia na realização de sonhos e projetos pessoais.
No caminho dessa realização está o equilíbrio entre crédito e endividamento. “Educação financeira e endividamento são temas afins: a dificuldade de controlar gastos leva muitas pessoas a contraírem dívidas para cobrir despesas e imprevistos. No entanto, o mesmo contexto de desorganização financeira aumenta o risco de inadimplência”, afirma o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do IPESPE.
De acordo com a pesquisa, 36% dos respondentes na região Centro-Oeste afirmam estar endividados. Entre estes, um terço (33%) acreditam que terminarão 2025 mais endividados do que estavam no final do ano passado e 42% esperam reduzir seu nível de endividamento. A maior parte (49%) acredita que vai conseguir pagar suas dívidas até o final do ano; outros 22% projetam essa quitação para 2026, mesmo percentual de quem pensa que isso ainda vai demorar um pouco mais.
DÍVIDAS TRAZEM RISCOS À SAÚDE MENTAL – Para além da questão financeira, a pesquisa destaca uma dimensão importante do endividamento: o impacto na saúde mental das pessoas. No levantamento, entre os que declaram possuir dívidas, 74% dos respondentes do Centro-Oeste afirmam que o endividamento afeta sua saúde emocional ou sua qualidade de vida.
Ao mesmo tempo, 59% dos entrevistados afirmam ter o hábito de poupar ou investir quando possível (31% fazem isso frequentemente e 28% às vezes). Em contrapartida, 27% afirmam espontaneamente não ter condições financeiras de poupar ou investir, mas fariam se pudessem.
O uso de crédito é uma prática considerada comum, com a maioria dos entrevistados (54%) no Centro-Oeste afirmando utilizar pelo menos um meio de acesso a crédito pessoal, com destaque para o cartão de crédito (61%).
A pesquisa Observatório Febraban foi realizada entre os 12 e 26 de junho de 2025, com 3 mil pessoas nas cinco regiões do País, para investigar o que os brasileiros entendem por educação financeira, como veem o nível de educação financeira no país, quais fontes de informação utilizam sobre finanças, o papel do planejamento financeiro na realização de projetos pessoais e práticas relacionadas.
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