Com a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus, que desencadeou o isolamento social, fechamento obrigatório do comércio e por consequência a falência de empresas e desemprego, os efeitos no bolso do consumidor são sentidos por mais de um terço dos mato-grossenses.
Levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), estima que Mato Grosso concluiu o primeiro semestre de 2020 com aproximadamente 1,2 milhões de mato-grossenses com o CPF restrito em virtude do atraso no pagamento de contas. Considerando o último dado do IBGE de 2019 a população de Mato Grosso estimada é de 3.484.466 habitantes.
No mês de junho deste ano, o número de inadimplentes cresceu 7,91% em relação a junho de 2019. O dado ficou acima da média da região Centro?Oeste (5,47%) e acima da média nacional (?0,52%).
Os dados também apontam aumento no número de dívidas em atraso de moradores do Estado. Em junho de 2020, cresceu 7,76%, em relação a junho de 2019. O dado ficou acima da média da região Centro?Oeste (3,42%) e acima da média nacional (?3,38%).
A média de dívidas em atraso levantada na pesquisa em junho de 2020 por consumidor inadimplente , é de 1,940 em Mato Grosso. O número ficou acima da média da região Centro?Oeste (1,888 dívidas por pessoa inadimplente) e acima da média nacional registrada no mês (1,826 dívidas para cada pessoa inadimplente).
O número de mato-grossenses inadimplentes deve aumentar consideravelmente nos próximos meses devido ao impacto econômico gerado pelo novo coronavírus. É o que prevê a Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL Cuiabá).
"Quando comparamos esses dados com o mês de maio, temos uma leve redução. A explicação nada mais é que o prévio retorno das atividades empresariais no período que deram uma pequena aliviada nas contas da população. Porém com a suspensão dessas atividades depois da segunda quinzena de junho (25 de junho), através do Decreto n° 7.970, o comércio e toda atividade empresarial não enquadrada no serviço essencial voltou à estaca zero, desta forma, a tendência é que a inadimplência continue a crescer ainda mais no mês de julho", lamentou o superintendente da entidade, Fábio Granja.
Granja explica que a matemática é simples "Com as lojas fechadas, apesar de não ter vendas, muitos são os consumidores que compraram no crediário e não conseguem pagar as contas, pois das empresas que estão fechadas a maioria só recebe no caixa da loja e muitas são as pessoas que não tem mais recursos financeiros para pagar devido a perda de renda", afirmou.
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