Mato Grosso ocupou a terceira posição entre as unidades federativas com maior aumento proporcional de domicílios com moradores que viajaram em 2024. Os dados fazem parte do Módulo de Turismo, investigado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua, do IBGE, divulgados ontem (3).
Na comparação entre 2023 e 2024, Mato Grosso ocupou a terceira posição entre as unidades federativas com maior aumento proporcional de domicílios com moradores que viajaram, registrando um crescimento de 2,2 pontos percentuais (p.p.). O estado ficou atrás apenas de Roraima, que liderou com 3,6 p.p., e de Pernambuco, com 2,4 p.p..
A população de Mato Grosso gastou em média R$ 1.967 reais por pernoite em viagem nacional nos três meses do período de referência em 2024, aumento de 1% em relação a 2023, e redução de 4% em relação ao período de referência de 2020.
Em 2024, Mato Grosso registrou cerca de 1,3 milhão de domicílios particulares permanentes, o que representa um crescimento de 14,2% em relação a 2020, quando o total era de 1,2 milhão.
Durante os anos de 2020 e 2021, marcados pelos impactos da pandemia de COVID-19, apenas 10,9% e 10,6% dos domicílios, respectivamente, tiveram ao menos um morador que realizou viagem. Já em 2023, o turismo apresentou sinais de recuperação: 210 mil domicílios (ou 16,9% do total) registraram deslocamentos de moradores. Em 2024, essa tendência de crescimento se manteve, com 253 mil domicílios (equivalente a 19,1%) participando de atividades turísticas.
DEMANDA POR TURISMO – Os turistas que visitaram Mato Grosso em 2024 permaneceram, em média, oito pernoites no estado durante o trimestre de referência. Apesar de estar acima da média nacional, que foi de 6,9 pernoites, o tempo de estadia apresentou queda em relação aos anos anteriores: foram 10,7 pernoites em 2023, 10,3 em 2021 e 9,9 em 2020.
O gasto per capita médio diário por pernoite em viagens com destino a Mato Grosso foi de R$ 241 no mesmo período. O valor é inferior à média brasileira, de R$ 268, e representa uma redução de 14,5% em comparação com o trimestre equivalente de 2023.
MOTIVO DE NÃO VIAGEM – Em 2024, a pesquisa apontou que 1,1 milhão de domicílios em Mato Grosso não realizaram nenhuma viagem no período de referência. Dentre esses, 339 mil domicílios relataram desinteresse, falta de necessidade ou outros motivos. Já em 674 mil domicílios, a demanda por viagens foi reprimida por fatores como falta de dinheiro, tempo, saúde ou outras prioridades.
A falta de recursos financeiros foi o principal impeditivo: 379 mil domicílios (ou 35,3% do total que não viajaram) apontaram esse motivo. Em seguida, 301 mil domicílios (28%) afirmaram que não havia necessidade de viajar, enquanto 186 mil domicílios (17,3%) mencionaram a falta de tempo como principal barreira.
CARACTERÍSTICAS DAS VIAGENS REALIZADAS
MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO – Durante os anos de pandemia de COVID-19 (2020 e 2021), os moradores de Mato Grosso realizaram a maioria de suas viagens utilizando meios de transporte não coletivos, como carro particular ou de empresa, com participação de 52,1% e 50,6%, respectivamente. Em 2023, esse percentual caiu para 48%, mas voltou a crescer em 2024, atingindo 52% das viagens.
As viagens de avião também apresentaram variações ao longo dos anos: foram 11,3% em 2020, 9,6% em 2021, 14,4% em 2023 e 14,3% em 2024. Já o uso de ônibus de linha caiu de 21,2% em 2023 para 19,7% em 2024.
No total, os meios de transporte mais utilizados pelos viajantes de Mato Grosso em 2024 foram:
- Carro particular ou de empresa: 52%
- Ônibus de linha: 19,7%
- Avião: 14,3%
- Outro: 6,3%
- Ônibus de excursão, fretado ou turismo: 5%
- Van ou perueiro: 1,8%
- Motocicleta: 0,9%
MOTIVO DAS VIAGENS – No período de referência de 2024, 79,6% das viagens realizadas por moradores de Mato Grosso tiveram motivações pessoais, enquanto 20,4% foram motivadas por razões profissionais.
Entre as viagens pessoais, o principal motivo foi a visita ou participação em eventos com familiares, representando 36% do total. Em seguida, destacam-se os deslocamentos para tratamento de saúde ou consultas médicas, com 30%. As viagens de lazer corresponderam a 25,8%, enquanto os demais motivos somaram 8,1%.
LOCAIS DE HOSPEDAGEM – Em 2024, a maioria dos viajantes de Mato Grosso optou por se hospedar na casa de familiares ou amigos. Essa modalidade representou 50,8% das viagens realizadas no estado no período de referência.
A segunda opção mais escolhida foram os hotéis, resorts ou flats, que concentraram 23,4% das hospedagens. Já as pousadas foram utilizadas em 2% das viagens, enquanto os imóveis por temporada, incluindo aqueles alugados por meio de aplicativos de internet, corresponderam a 1,8%.
A hospedagem em imóvel próprio foi registrada em apenas 1,1% das viagens. Por fim, a categoria “Outro local de hospedagem” — que inclui albergues, hostels, campings, outras formas de hospedagem e situações em que não houve hospedagens — respondeu por 21% das viagens.
A PESQUISA – Este módulo visa quantificar os fluxos de turistas nacionais entre as diferentes regiões do País e para o exterior. Para tal, são apurados os gastos e as características das viagens realizadas, os quais, associados a outras variáveis integrantes da pesquisa, incluindo o rendimento domiciliar per capita, permitem uma consistente avaliação da demanda turística doméstica.
O tema Turismo vem sendo investigado na PNAD Contínua desde 2019, por meio de convênio entre o IBGE e o Ministério do Turismo. Naquele ano, a pesquisa foi a campo no terceiro trimestre, também captando as viagens ocorridas nos três meses anteriores à entrevista, contudo, nas edições posteriores, foram considerados os dados acumulados de segunda entrevista ao longo de cada ano. A coleta desse módulo, por meio de determinada visita, permite captar todas as especificidades sazonais do turismo durante todo o ano.
É igualmente relevante apontar que cada domicílio selecionado para responder a pesquisa pôde relatar no máximo cinco viagens. Dentre estas, apenas três foram investigadas em todas as suas características (as três nas quais ocorreram os maiores gastos), o que significa que os indicadores se referem a, no máximo, três viagens por domicílio.
Adicionalmente, os resultados do presente informativo incorporam a reponderação da PNAD Contínua ocorrida em 20251, a qual considera os totais populacionais por sexo e grupos etários estimados para o Brasil, segundo os dados do Censo Demográfico 2022, também calculados pelo IBGE.
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