A energia solar acaba de atingir a marca histórica de 7 gigawatts (gW) de potência instalada em telhados, fachadas e pequenos terrenos de residências, comércios, indústrias, produtores rurais, prédios públicos no Brasil, o que equivale a metade de toda a capacidade da usina hidrelétrica de Itaipu, segundo mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Mato Grosso é destaque no segmento, ocupa o quarto lugar entre os maiores estados em potência instalada no Brasil, com 534 megaWatts (mW). Segundo a Absolar, a tecnologia solar fotovoltaica está presente em mais de 5.369 municípios e em todos os estados brasileiros, sendo que os estados líderes em potência instalada são: Minas Gerais (1.304 mW), São Paulo (888 mW), Rio Grande do Sul (849 mW), Mato Grosso (534 mW) e Paraná (383 mW).
De acordo com a entidade, o País possui atualmente mais de 611 mil sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, trazendo economia e sustentabilidade ambiental para mais de 765 mil unidades consumidoras. Desde 2021, foram mais de R$ 35,6 bilhões em novos investimentos, que geraram mais 210 mil empregos acumulados no período, espalhados ao redor de todas as regiões do Brasil.
Entre os municípios brasileiros, Cuiabá lidera o ranking de consumo de energia solar, conforme noticiado pelo Mato Grosso Econômico recentemente.
Embora tenha avançado nos últimos anos, o Brasil – detentor de um dos melhores recursos solares do planeta – continua atrasado no uso da geração própria de energia solar. Dos mais de 88 milhões de consumidores de energia elétrica do País, apenas 0,8% faz uso do sol para produzir eletricidade, limpa, renovável e competitiva.
NOVO PASSOS – Para a Absolar, a aprovação pelo Congresso Nacional do marco legal para a geração própria de energia renovável, proposto pelo Projeto de Lei (PL) nº 5.829/2019, fortalecerá a diversificação da matriz elétrica brasileira e a segurança de suprimento elétrico, em tempos de crise hídrica e aumentos na conta de luz.
O PL nº 5.829/2019, de autoria do deputado federal Silas Câmara e relatoria do deputado federal Lafayette de Andrada, garantirá, em lei, o direito do consumidor de gerar e utilizar a própria eletricidade, a partir de fontes limpas e renováveis. O texto foi aprovado na Câmara dos Deputados em agosto e segue para apreciação no plenário do Senado Federal. A expectativa do setor é de que seja votado e sancionado ainda em 2021.
“A energia solar terá função cada vez mais estratégica para o atingimento das metas de desenvolvimento econômico e ambiental do País, sobretudo neste momento, para ajudar na recuperação da economia após a pandemia, já que se trata da fonte renovável que mais gera empregos no mundo”, aponta o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia.
“A energia solar tem ajudado a baratear a conta de luz de todos os brasileiros com a redução do uso de termelétricas fósseis, mais caras e poluentes e responsáveis pelas bandeiras tarifárias que encarecem a conta de luz”, comenta o presidente do Conselho de Administração da entidade, Ronaldo Koloszuk.
INDICADORES – A fonte solar lidera com folga o segmento, com mais de 99% das instalações do País. Em número de sistemas instalados, os consumidores residenciais estão no topo da lista, representando 75,8% do total de conexões. Em seguida, aparecem as empresas dos setores de comércio e serviços (14,4%), consumidores rurais (7,3%), indústrias (2,1%), poder público (0,3%) e outros tipos, como serviços públicos (0,02%) e iluminação pública (0,01%).
Em potência instalada, os consumidores residenciais lideram o uso da energia solar, com 41,6% da potência instalada no País, seguidos de perto pelas empresas dos setores de comércio e serviços (35,6%), consumidores rurais (13,6%), indústrias (7,9%), poder público (1,2%) e outros tipos, como serviços públicos (0,1%) e iluminação pública (0,02%).
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