Embora a frota de veículos elétricos no país ainda seja pequena, o mercado tem mostrado que os eletrificados vêm ganhando cada vez mais espaço. Essa mudança se deve principalmente à crescente conscientização sobre as mudanças climáticas e a necessidade de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, além da vantagem frente aos combustíveis tradicionais.
Seguindo tendências mundiais, o Brasil segue com números crescentes e favoráveis aos carros elétricos. De acordo com levantamento da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) em abril deste ano, as vendas chegaram a 15.206 unidades, com crescimento de 12% em relação a março (13.613) e de 217% sobre abril de 2023 (4.793).
O público feminino ainda tem um grande espaço para explorar no mundo dos modais elétricos, pois as mulheres ainda são menos propensas a comprar um carro elétrico do que os homens. Um estudo feito nos Estados Unidos pela S&P Global Mobility mostra que as mulheres representam 41,2% dos compradores em uma média geral da indústria, mas esse percentual cai para 28% quando se tratam de veículos eletrificados.
A redução das emissões associadas ao uso de combustíveis fósseis é um fator crucial ao avaliar o impacto ambiental, ressalta a engenheira e pesquisadora da área de Sistemas Elétricos do Lactec, Ana Paula Oening. “Além disso, são veículos modernos, com bastante tecnologia e segurança embutida. Outro grande ponto a favor é a ausência de ruído. Dirigir um carro elétrico é muito gostoso nesse sentido e contribui para reduzir o estresse sonoro a que somos submetidos”, avalia.
A engenheira do Lactec considera que o alto custo do veículo e a reduzida infraestrutura de carregamento são pontos que geram insegurança. No entanto, a especialista reforça que os pontos positivos tendem a melhorar esses indicadores.
“As mulheres não são tão motivadas por performance, então considerar os pontos positivos, principalmente a segurança e o aspecto ambiental, pode motivá-las no uso desses veículos. De forma geral, os carros elétricos ainda tem um público muito seleto, que é mais antenado com novidades e tecnologias e preocupado com questões ambientais”, pontua.
Além disso, a engenheira enfatiza que uma entrada mais massiva desses veículos no mercado geraria maior concorrência, o que resultaria em preços menores para viabilizar a aquisição por parte da população. “Também é necessário aumentar a infraestrutura de carregamento, para que as pessoas não tenham receio de ficar sem ´combustível´, principalmente em viagens”, completa.