O Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central ontem, 11 de agosto, mostrou que as projeções do mercado para a inflação de 2025 caíram pela 11ª semana consecutiva, passando de 5,07% para 5,05%. A estimativa para o PIB também recuou, de 2,23% para 2,21%, enquanto o câmbio foi mantido em R$ 5,60 e a taxa Selic permaneceu em 15% ao ano pela sétima semana seguida.
No mercado financeiro, os títulos públicos seguem oferecendo rentabilidades atrativas. O Tesouro Prefixado 2026, por exemplo, apresenta retorno bruto de 10,04% ao ano, enquanto papéis de vencimento mais longo, como os de 2032, chegam a 13,79% ao ano. Já os títulos atrelados ao IPCA oferecem, em média, IPCA + 6% a 8% anuais.
Entretanto, o otimismo moderado com a inflação é ofuscado por incertezas políticas e tensões comerciais. Pesquisa do BTG Pactual apontou que, pela primeira vez em 2025, a instabilidade política preocupa mais os investidores do que a situação fiscal. Episódios recentes, como a tentativa de aumentar o IOF e sua posterior derrubada, têm elevado a volatilidade nos mercados, favorecendo setores mais “defensivos”, como energia e saneamento.
A tensão se intensificou após o presidente dos EUA, Donald Trump, impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, medida apelidada de “tarifaço”. O impacto é especialmente sensível para exportadores de café, aeronaves e commodities agrícolas. Com o dólar valorizado e o real em queda, empresas exportadoras ganham competitividade no câmbio, mas enfrentam barreiras que podem reduzir margens e inviabilizar negócios.
Diante do cenário, especialistas recomendam cautela nos investimentos, priorizando ativos menos expostos a instabilidades políticas e comerciais, como fundos de renda fixa e setores regulados como energia e saneamento. Ao mesmo tempo, empresas ligadas ao mercado externo precisarão buscar novos destinos para seus produtos e diversificar clientes para mitigar riscos.
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