Mato Grosso abriu 2022 exibindo o menor valor da região Centro-Oeste para o metro quadrado (m²) construído. Conforme dados divulgados essa semana do Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), do IBGE, o valor apurado em janeiro ficou em R$ 1.478,76. A média da região ficou em R$ 1.515,22 e a nacional em R$ 1.525,48.
De acordo com o Sinapi, apesar de apontar o menor valor ao m² no período, o custo em Mato Grosso revela alta de quase 19% em relação ao registrado em janeiro do ano passado. Em relação ao mês anterior – dezembro – a alta foi de 0,67%.
Na passagem de dezembro para janeiro, o maior peso sobre custo final do m² veio da parcela ‘materiais’. Dos R$ 1.478,76, R$ 918,68 são relativos à aquisição dos insumos, enquanto R$ 560,08 relativos à mão-de-obra. Conforme o IBGE, o custo em relação ao pessoal se mantém estável em Mato Grosso, desde setembro do ano passado. Já os materiais têm variado. Em dezembro, por exemplo, demandaram R$ 908,81.
Regionalmente, o maior custo para construção segue com o Distrito Federal, R$ 1.588,86, seguido por Goiás, R$ 1.504,06 e Mato Grosso do Sul, R$ 1.501,78.
No País, o custo do m² subiu 0,72% em janeiro, 0,20 ponto percentual acima da taxa de dezembro de 2021 (0,52%). Foi o menor índice desde agosto de 2021. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa é de 17,17%, resultado abaixo dos 18,65% registrados nos doze meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2021 o índice foi 1,99%.
“O início de 2022 foi marcado por uma menor pressão de aumento de preços. Janeiro é o terceiro mês consecutivo em que a parcela dos materiais exerce uma menor pressão na variação mensal. Em novembro, a parcela de materiais teve alta de 1,66%, em dezembro de 0,76% e em janeiro de 0,63%. Em relação à mão de obra, fora os acordos coletivos em Alagoas, Tocantins e Piauí, janeiro tem como característica o impacto do aumento do salário mínimo nacional nas categorias sem qualificação, que têm piso muito próximo a esse valor. Serventes e auxiliares têm um reajuste que não é relacionado aos dissídios captados, mas porque as empresas precisam se adequar ao novo piso nacional, que teve alta de 10,2%”, analisa o gerente do Sinapi, Augusto Oliveira.
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O custo nacional da construção por metro quadrado, que fechou 2021 em R$ 1.514,52, passou em janeiro para R$ 1.525,48, sendo R$ 915,79 relativos aos materiais e R$ 609,69 à mão de obra.
A parcela dos materiais apresentou variação de 0,63%, queda de 0,13 p.p. em relação a dezembro de 2021 (0,76%). Frente a janeiro de 2021 (2,96%), observa-se queda mais significativa, 2,33 p.p. “A inflação dos materiais está desacelerando e estamos, inclusive, encontrando uma deflação em certos produtos como os pertencentes do segmento do aço”, completa Oliveira.
Já a parcela da mão de obra teve uma contribuição maior para o índice agregado, com taxa de 0,87% e acordos coletivos observados além do reajuste do salário mínimo nacional, subiu 0,72 p.p. em relação a dezembro de 2021 (0,15%). Comparando com janeiro do ano anterior (0,78%), observamos queda de 0,09 p.p.
REGIONAL – Com alta na parcela dos materiais em todos os estados e ajustes observados nas categorias profissionais no Tocantins, a região Norte ficou com a maior variação regional em janeiro 1,24%. As demais regiões apresentaram os seguintes resultados: 1,05% (Nordeste), 0,48% (Sudeste), 0,32% (Sul) e 0,79% (Centro-Oeste).
Os custos regionais, por metro quadrado, foram: R$ 1.525,10 (Norte), R$ 1.433,20 (Nordeste), R$ 1.579,80 (Sudeste), R$ 1.599,93 (Sul) e R$ 1.515,22 (Centro-Oeste).
Entre os estados, Alagoas foi o que apresentou a maior variação mensal, 4,30%, devido à alta na parcela dos materiais e dissídio coletivo registrado nas categorias profissionais. Outros destaques foram Tocantins e Piauí, com 4,14% e 3,34%, respectivamente.
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