Mato Grosso foi o segundo estado do País que mais ampliou participação no segmento da construção civil, no período de dez anos. Conforme dados divulgados ontem, pela Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), do IBGE, o Estado avançou, entre 2011 a 2020, 7,1 pontos percentuais (p.p.), passando de 15,6% de participação para 22,7%. A frente está o Pará, cuja evolução foi de 18,4 p.p., na mesma comparação. Os dados consideram os valores de incorporações, obras e ou serviços de construções.
No País, a indústria da Construção gerou R$ 325,1 bilhões em valor de incorporações, obras e/ou serviços em 2020, sendo R$ 304,4 bilhões em obras e/ou serviços (93,6%) e R$ 20,7 bilhões em incorporações (6,4%). Entre 2019 e 2020, mostrou estabilidade na participação de obras de infraestrutura no valor gerado pelo setor: de 32,% para 32,7%. Construção de edifícios avançou de 44,7% para 45,3% e serviços especializados para construção foi o único a ter redução: de 23,3% para 22,0%.
“O segmento de obras de infraestrutura era o principal do setor, mas caiu para a segunda colocação, com perda de nove pontos percentuais (p.p.) entre 2011 e 2020, sendo ultrapassado por construção de edifícios que ganhou 5,4 p.p.. Essa mudança ocorreu já em 2012”, diz o analista da pesquisa, Marcelo Miranda.
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A região Sudeste continua sendo a principal em número de pessoal ocupado (894.655 trabalhadores) e em valor de incorporações, obras e/ou serviços (R$ 140.523.481).
“Por unidade da Federação, de 2011 a 2020, o principal destaque é Rondônia cuja participação caiu de 27,6% para 6,9%, devido ao fim das obras das grandes hidroelétricas do Rio Madeira. Já Pará (de 33.9% para 52,3%) e Amazonas (de 19,7% para 23,9%) ganham participação”, ressalta Miranda.
Na região Nordeste, o destaque foi a perda de participação de Pernambuco, de 25,7% para 16%. No Sudeste, São Paulo continua sendo a principal UF, com participação de 55,5%, que se manteve estável. “Mas houve uma perda forte de participação do Rio de Janeiro, que deixou de ser o segundo maior estado da região, caindo de 21,6% para 14,6% e perdendo a posição para Minas Gerais (25,6%)”, completa o analista.
Na região Sul, não houve mudança estrutural; enquanto no Centro-Oeste, houve perda de participação de Brasília, de 32,9% para 26,9%, e ganhos de participação de 15,6% para 22,7% em Mato Grosso e de 35,9% para 37,4% em Goiás.