Mato Grosso vai consolidando posição de destaque no comércio exterior. Mais um balanço aponta o Estado como detentor do maior saldo comercial do Brasil, superávit de US$ 20,62 bilhões no acumulado de janeiro a setembro. Ao longo deste ano, Mato Grosso se revezou na liderança desse indicador e há três meses seguidos se mantém líder.
O saldo da balança comercial é o resultado entre as cifras faturadas com as exportações, deduzido os desembolsos das importações. Se há superávit – ele é o maior da série histórica mato-grossense – é porque o Estado segue exportando mais do que importando. O saldo superavitário do Estado é acompanhado, mais uma vez, nessa ordem: Minas Gerais, US$ 17,46 bilhões e o Pará, US$ 14,86 bilhões.
Dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, mostram que de janeiro a setembro, Mato Grosso acumula faturamento de US$ 25,33 bilhões com as exportações, cifras que garantem o quarto lugar entre os maiores exportadores brasileiros e ainda fixa novo recorde. No ano passado, por exemplo, no mesmo intervalo, os embarques geraram US$ 17,8 bilhões acumulados. O valor atual representa crescimento anual de 42% sobre, o até então recorde de 2021.
O saldo atual já supera todo exercício 2021, quando Mato Grosso encerrou com receita de US$ 21,17 bilhões. Considerando apenas o mês de setembro, a pauta somou vendas em US$ 2 bilhões contra US$ 1,20 bilhão em igual mês do ano passado.
Novamente, as cifras se sustentam com os embarques da soja em grão, o carro-chefe das exportações mato-grossenses. Dos mais de US$ 25 bilhões em receita, US$ 13,4 bilhões, ou 53% do total faturado, vieram das vendas do grão. Os negócios com a soja também são recordes históricos, já que de janeiro a setembro do ano passado somaram US$ 10 bilhões.
Se a soja se destaca, destaca-se ainda o consumo chinês. O país asiático foi responsável por mais de 37% do faturamento da pauta estadual. Em nove meses soma negócios de US$ 9,5 bilhões, quase 50% maiores que o registrado nos primeiros nove meses do ano passado.
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A PAUTA – Além da soja em grão, são destaques entre as commodities mais comercializadas por Mato Grosso, o milho, cujo faturamento soma US$ 3,7 bilhões, alta anual de 106%. O cereal responde por 15% de todo faturamento de 2022. Na sequencia está a carne bovina com saldo de US$ 2,1 bilhões, alta anual de 49%, respondendo por 8,2% do faturamento global. O algodão é a única commodity a apresentar recuo na receita, -4,4%. Soma embarques de US$ 1,56 bilhão, sendo 6,2% de participação no total faturado por Mato Grosso.
DESTINOS – China, Espanha, Tailândia, Irã e Países Baixos são os cinco maiores mercados consumidores da pauta mato-grossense. O Irã tem o maior crescimento anual, 99%.
Em cifras, depois da China, a maior receita vem da Espanha com compras em US$ 1,3 bilhão. Tailândia aumentou em 22% o consumo da pauta e fecha setembro com mais de US$ 1,21 bilhão acumulados. O Irã somou US$ 1,08 bilhão e os Países Baixos (Holanda), US$ 1 bilhão.
IMPORTAÇÕES – Mesmo sob um ano marcado por fortes oscilações da moeda norte-americana, variações que mantiveram o dólar supervalorizado ante ao real, os mato-grossenses já desembolsaram mais de US$ 4,71 bilhões com as importações, cifras recordes para esse acumulado do ano e que supera em 143% o consolidado em igual momento do ano passado.
Cerca de 81% das compras foram de fertilizantes e adubos para agropecuária, o que representa US$ 3,8 bilhões. As aquisições de fertilizantes também tiveram avanço em relação a 2021, crescendo 137%. Em cifras, as compras realizadas de janeiro a setembro do ano passado, por exemplo, somaram US$ 1,62 bilhão.