O mercado automobilístico promete trazer de volta os carros com duas cores que estavam fora das linhas de produção industrial há pelo menos duas décadas.
Já é possível encontrar vários modelos em várias roupagens, alguns só com o teto em outra cor (em geral, preto ou branco), outros em pacotes que englobam retrovisor, capô e para-choque dianteiro. Um dos pioneiros, o Kicks, da japonesa Nissan, foi lançado em 2016 com seis combinações possíveis, e, na faixa de preço de 100 000 reais, vende hoje cerca de 300 unidades por mês. “O brasileiro sempre foi conservador na hora de comprar carro, mas isso está mudando”, diz Juliana Fukuda, gerente de marketing da montadora asiática.
A indústria automobilística apresentou os primeiros modelos bitons, como se diz no meio, nos salões de automóveis três anos atrás. Deu certo. O Captur, da francesa Renault, vem da fábrica em nove cores, que podem ser combinadas, e os modelos bicolores respondem por 90% das vendas. “O consumidor quer cada vez mais poder personalizar o que compra, seja um tênis, seja um carro”, diz Caique Ferreira, diretor de comunicação da marca. O Argo Trekking, da Fiat, disponível em cinco cores, vendeu 2 300 unidades desde o lançamento, em maio. Às vezes, a variação está no detalhe: o Pepper, da Volkswagen, pode ter os retrovisores em outro tom.
Só que pintura bicolor aumenta o preço original entre 900 e 3 000 reais. A maior parte dos bitons se encaixa na categoria SUV, um design enfezado e musculoso que em nada lembra a era de ouro dos carros de duas cores: o fim dos anos 1950, quando os Chevrolet Bel Air e Impala eram o suprassumo da elegância e da suavidade. No Brasil, o Fusca, na versão bege e verde-água, e o Opala, em preto e marrom, foram opções bicolores antes que a seca do modelo se instalasse de vez. Agora, o retorno do duas-cores faz a festa tanto de saudosistas quanto de quem quer ser diferente no trânsito.
As vendas de carros novos no Brasil apresentaram resultados positivos no país no primeiro semestre deste ano, conforme estudo da Anfavea publicado anteriormente pelo MT Econômico neste link.
Em Mato Grosso as vendas no mês de junho não foram muito positivas em relação à maio, mas o setor acumula alta no estado, comparando 2019 com 2018. Veja mais neste link.