A elevação no valor do tomate em 23,45%, observado na segunda semana de julho sobre a primeira, fez com que o custo da cesta básica em Cuiabá também apresentasse elevação de 1,75%, mesmo com a maioria dos produtos que compõem o conjunto de alimentos básicos registrando queda no período. A alta de R$ 13,22 na variação nominal fez com que o preço saltasse para R$ 767,10 nesta semana, contra R$ 753,88 apurados no início do mês.
O estudo realizado e divulgado pelo Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio Mato Grosso (IPF/MT) mostra, ainda, que o valor atual está 8,94% maior que o observado no mesmo período do ano passado, quando registrava R$ 704,13, caracterizado pela inflação e outros componentes que incidem no preço.
“Em 2023, a cesta básica se mostra superior ao averiguado em 2022 em todas as semanas, consolidando o crescimento a médio e longo prazo dos preços dos alimentos da cesta em Cuiabá, atrelado à inflação e outros componentes de preço que incidem sobre a região, como a logística”, explica o superintendente da Fecomércio/MT, Igor Cunha.
Segundo análise do IPF/MT, a alta no preço do tomate pode estar relacionada à queda das temperaturas nas regiões produtoras, uma vez que precisa de climas mais quentes para a maturação. Assim, com sua oferta reduzida, há uma menor disponibilidade do produto nas gôndolas. No comparativo anual, o valor do tomate na semana atual é 57,60% maior que o averiguado no mesmo período de 2022.
Com relação ao feijão, que apresentou recuo semanal de 1,58% e, com isso, acumula queda pela oitava semana consecutiva, a valorização do real perante o dólar acaba por diminuir os custos com insumos para a produção brasileira do alimento, o que pode acarretar preços menores nas prateleiras. Ainda segundo o levantamento do IPF/MT, o item apresenta um preço 9,07% menor que o registrado no mesmo período do ano passado, sendo cotado a R$ 16,27/500g na média.
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Apesar do aumento no preço observado nesta semana em Cuiabá, Cunha conclui que “62% alimentos componentes da cesta básica apresentaram queda, o que evidencia um crescimento concentrado em alguns produtos, como o tomate e a banana”. A fruta, que registrou aumento de 1,14% no seu preço nesta semana, acumula alta de 42,83% no ano, passando de R$ 6,22 para R$ 8,88.
PRINCIPAIS CAPITAIS – O valor médio da cesta de consumo básica de alimentos em junho fecha o primeiro semestre em queda em relação ao início do ano em seis das oito capitais analisadas mensalmente pela plataforma Cesta de Consumo HORUS & FGV IBRE. O aumento no valor da cesta em duas capitais variou de 0,2% em São Paulo a 2,2% no Rio de Janeiro e nas capitais onde houve queda, as variações foram de -1,0% em Salvador em e -11,2% em Belo Horizonte.
Quando se olha para o mês de junho comparando com maio, as cidades que registram as maiores altas foram Manaus e Salvador, com 1,0% e 0,7% respectivamente. Já Belo Horizonte e Rio de Janeiro registraram as maiores quedas, com -4,7% e -2,6%, respectivamente.
A cesta mais cara continua a ser a do Rio de Janeiro (R$ 893,93), seguida pelas de São Paulo (R$ 852,30) e Brasília (R$ 731,70). Por outro lado, as capitais Belo Horizonte (R$ 549,19), Manaus (R$ 675,31) e Curitiba (R$ 694,71) registraram os menores valores.