Conforme o levantamento sobre o volume de vendas do comércio varejista mato-grossense, apesar da queda observada na comparação entre novembro e outubro de 2022, o comércio varejista acumula uma alta de 8,3% na comparação entre o período que vai de janeiro a novembro de 2022 e o mesmo período do ano anterior. Segundo informações divulgadas pelo IBGE. O chamado varejo ampliado – que, além do comércio varejista, considera os segmentos de “veículos, motocicletas, parte e peças” –, também avança no Estado, mas a um ritmo menor (5,7%). Em ambos os casos, os resultados ficaram muito acima do observado para o país como um todo.
O panorama revela ainda que o dinamismo da atividade econômica aparece em dados de outros setores: a produção industrial do Estado registra um crescimento também acima da média nacional, bem como o setor de serviços. Esses dados ainda não permitem fazer um balanço do ano, pois ainda faltam os resultados de dezembro de 2022, mas já é possível antecipar que esses setores deverão encerrar o ano com um crescimento expressivo da atividade.
Já em relação ao mercado de trabalho, do início do ano até o mês de novembro, foram criadas 65,9 mil vagas, sendo 15 mil pelo setor do comércio. Por fim, para completar o quadro conjuntural do Estado, este Panorama destaca a inflação de 2022 na região Centro-Oeste. Constata-se que os preços subiram a uma taxa elevada (5,44%) no ano, mas menor do que a verificada em 2021. Refletindo o bom desempenho da atividade econômica, o crédito – isto é, as operações de empréstimo e financiamento – também cresce com taxas elevadas.
Para o presidente da Federação das Câmaras de Dirigente Lojistas (FCDL/MT), David Pintor, o panorama do comércio, que passou a ser realizado mensalmente pela entidade é uma ferramenta de extrema importância, que permite que o empresário se planeje para realizar ações.
“São dados e informações coletadas que nos dão um direcionamento de como está o mercado, nos possibilitando identificar oportunidades econômicas e consequentemente reduzindo o risco na tomada de decisões estratégicas”, afirma Pintor.
Em Mato Grosso, vendas do comércio varejista recuam na comparação entre novembro e outubro de 2022, mas seguem crescendo no acumulado do ano.
De acordo com o IBGE, as vendas do varejo ampliado cresceram 0,5% na comparação entre novembro e outubro de 2022 no estado de Mato Grosso. Já o comércio varejista, que desconsidera as vendas de “Veículos, motocicletas, partes e peças” e “Materiais para construção” registrou queda de 1,6% na comparação mensal.
Essa diferença sugere que os segmentos exclusivos do varejo ampliado – isto é, aqueles que não fazem parte do conceito do comércio varejista – tiveram um desempenho positivo no mês. Analisando um horizonte mais amplo, esse quadro muda: na comparação entre o período que vai de janeiro a novembro de 2022 e o mesmo período de 2021, as vendas do comércio varejista cresceram 8,3%, enquanto as vendas do varejo ampliado cresceram 5,7%. Nos dois casos, o crescimento das vendas no estado de Mato Grosso supera o resultado nacional. Um balanço do ano de 2022 poderá ser feito com a divulgação dos dados de dezembro, prevista para o mês de fevereiro. No entanto, os dados já disponíveis indicam um forte crescimento das vendas no Estado ao longo de 2022.
Com os dados disponíveis até novembro, já é possível antecipar que atividade econômica de Mato Grosso apresentou um bom desempenho no ano de 2022. Além do desempenho expressivo do volume de vendas do comércio, outros setores mostraram dinamismo ao longo do ano. A produção da indústria no Estado registrou crescimento de 21,3% na comparação entre o período que vai de janeiro a novembro de 2022 e o mesmo período do ano anterior, enquanto no país, como um todo, a produção industrial recuou 0,6%.
No setor de serviços, o avanço também se mostra expressivo: no acumulado do ano até novembro, o avanço de 13,2%, também acima da média nacional (8,5%). No setor agrícola, dados do IBGE mostram que a estimativa para o crescimento da safra de cereais, leguminosas e oleaginosas é de 12,9% em 2022. Como ocorre com o comércio, um balanço da produção industrial e do setor de serviços poderá ser feito a partir da divulgação dos dados de dezembro de 2022, prevista para fevereiro. O bom desempenho da atividade econômica está refletido também nos dados de desemprego. Conforme foi destacado na última edição do Panorama, o Estado apresenta a menor taxa de desemprego do país.
MERCADO DE TRABALHO – Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho, mostram que, em novembro de 2022, o comércio de Mato Grosso registrou a abertura de 1.398 vagas formais de trabalho. O setor foi o que apresentou o maior saldo de criação de vagas, seguido por Serviços (793). O saldo de criação de vagas é dado pela diferença entre o número de trabalhadores admitidos e o número de trabalhadores demitidos em um dado período.
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Considerando o período de janeiro a novembro de 2022, o setor criou 15.044 vagas formais. Ao longo do ano, apenas no mês de março o saldo de criação de vagas ficou negativo. Ainda de acordo com o Caged, o conjunto de todos os setores do Estado criou 65,9 mil vagas de janeiro a novembro. A divulgação dos dados de dezembro está prevista para o final de janeiro de 2022. Com esses dados, será possível fazer um balanço do mercado de trabalho formal no ano de 2022. Os resultados até novembro apontam para um desempenho positivo no Estado.
INFLAÇÃO (IPCA) – Dados do Banco Central mostram que a inflação da região Centro-Oeste foi de 5,44%, um pouco abaixo da média nacional (5,79%). Esse resultado foi calculado através do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que considera uma cesta de bens e serviços tipicamente consumidos pelas famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos. O IPCA é considerado o índice oficial de inflação e é medido pelo IBGE. Uma inflação de 5,44% no ano significa que, em média, os preços dos bens e serviços que compõem o índice tiveram esse crescimento ao longo do ano. No Brasil, existe uma meta para a inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional. Para 2022, a meta era de 3,5%. A abertura da inflação nacional por grupos de bens e serviços mostra que alguns preços tiveram avanço expressivo, enquanto outros recuaram. O grupo de itens que mostrou o maior avanço foi o de vestuário, com variação média de 18,0% dos preços. Na outra ponta, os itens de transportes registraram queda de 1,3%, em média.
MERCADO DE CRÉDITO – Dados divulgados pelo Banco Central do Brasil (BCB) mostram que o valor total das dívidas assumidas com o Sistema Financeiro Nacional, através de empréstimos e financiamentos, segue crescendo em Mato Grosso. O chamado saldo de crédito apurado em novembro de 2022 foi de R$ 120,4 bilhões para pessoas físicas e de R$ 62,9 bilhões para pessoas jurídicas. Ambos os segmentos registraram avanço: no segmento de crédito às empresas, o crescimento foi de 20,0%, já desconsiderando o efeito da inflação, no segmento de pessoas físicas, o avanço foi de 14,6%. Observa-se ainda que a maior fatia do crédito tem como contraparte pessoas físicas no Estado. O Banco Central também divulga a taxa de inadimplência, que representa o percentual do saldo de crédito com atraso superior a 90 dias. Em Mato Grosso, a taxa de inadimplência foi de 1,7%, tanto para as empresas quanto para as famílias. O avanço do crédito notado no Estado é mais um reflexo do dinamismo da atividade econômica.
