Passados os festejos de final de ano, compras de materiais escolares e viagens de férias, e ainda da diversão do Carnaval, o orçamento das famílias se vê diante de mais um ‘desafio’, a Páscoa. E mais uma vez, os preços assustam o consumidor final, seja dos ovos de chocolates e suas variantes, bem como dos produtos típicos da época, que sofrem bastante com as variações do câmbio e com a própria sazonalidade. Em geral, nos supermercados de Cuiabá e Várzea Grande, um ovo médio, não custa menos de R$ 50 a R$ 60.
A dona de casa, Tainá Lima, lembra que no ano passado, até mesmo por conta da pandemia que ainda impunha medidas de restrição, ela optou por fazer os chocolates da família. “Além do chocolate que usamos, o leite condensado que é matéria-prima dos recheios de ovos e bombons, por exemplo, mostram severa elevação de preços. Vou novamente fazer ovos para criançada da família e ainda tentar vender algumas unidades como forma de abater o custo dos produtos”.
Ainda segundo ela, a “a alta é gritante, seja comprando em atacadistas, lojas especializadas e em mercados de rede. Não faço ideia como fazer chocolates com o único intuito de vender, ter lucro, porque está tudo muito caro. Quem vai poder pagar mais de R$ 100 em um ovo trufado de colher de pouco mais de 500 gramas?”
Fora isso, como elenca Tainá, as altas também estão contidas em produtos voltados à Páscoa, como as embalagens, formas, fitas e todo tipo de produto de papelaria usado.
PREÇOS AO CONSUMIDOR – Na Páscoa do ano passado, os grandes repasses de preços dos Ovos de Páscoa, de 39% em relação ao ano anterior, causaram forte retração do volume em ovos (-18%), ampliando a venda de coberturas (+18%) e chocolates (+6%), segundo estudo da Scanntech.
As caixas com bombons sortidos puxaram o crescimento dos chocolates, sendo responsáveis por 34% do crescimento total da categoria. As barras responderam por 15% do crescimento e os bombons por 14%.
No que diz respeito à cesta de Páscoa, o aumento de faturamento se deu, sobretudo, pelo aumento de preços, ou seja, o preço foi determinante para todas as categorias que registraram incremento de faturamento. Chocolates, bolos, atum, cobertura de chocolate e creme de avelã foram as categorias que cresceram em volume, além de preços.
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OPORTUNIDADES – A Páscoa também é esperada por aqueles que buscam novas oportunidades de trabalho temporário. Isso porque, o aumento da demanda dos produtos sazonais faz com que os setores da Indústria, Serviço e Comércio se apóiem na modalidade do Trabalho Temporário, previsto nos termos da Lei Federal 6.019/74 e do Decreto nº 10.854/2021, para atender ao mercado.
A Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem) prevê que a Páscoa deve gerar mais de 41,5 mil vagas temporárias em todo o Brasil.
“As contratações para atender às demandas da Páscoa tiveram início no mês de janeiro e seguem até o mês de março, quando a data deve abrir mais de 13 mil vagas temporárias”, afirma o presidente da Asserttem, Marcos de Abreu. “As 41,5 mil vagas englobam todos os setores da economia. Ou seja, a Indústria do chocolate e colomba pascal, embalagens, comércio, com os pontos de venda, e o Serviço, com destaque para as áreas de transporte e logística“, completa.
De acordo com Abreu, a Páscoa segue mantendo a boa contratação dos últimos anos. “Todo período sazonal apresenta-se como um bom momento para o mercado de trabalho temporário e, consequentemente, para uma possível efetivação”, enfatiza o presidente da Asserttem.
Além de contribuir com a economia do Brasil e com a queda do desemprego, as vagas temporárias são oportunidades para ampliar a experiência profissional e ingressar no mercado de trabalho.