O preço da gasolina nos postos de combustível do País teve alta de 1,47% segundo a pesquisa semanal realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis (ANP). A edição, desta semana, indicou que o consumidor brasileiro pagou em média R$ 4,86 por litro na semana de 9 a 15 de outubro.
Mato Grosso, que já teve um dos litros mais caros do País, registrou média ligeiramente abaixo da nacional, R$ 4,84, no mesmo período de comparação. O preço que também esteve estável nos últimos meses reagiu. O litro, nos postos de Cuiabá e Várzea Grande, por exemplo, está na faixa de R$ 4,80 a R$ 4,90. Em um posto localizado na Avenida Arthur Bernardes, no bairro Ipase, em Várzea Grande, o litro passou nessa semana de R$ 4,49 para R$ 4,57, um dos mais baixos encontrados pelo MT Econômico.
Ainda avaliando o comportamento do preço no Estado, houve majoração no período de 25 de setembro a 15 de outubro, conforme as últimas três pesquisas semanais da ANP. Nesse intervalo, o valor médio de bomba saiu de R$ 4,79 para R$ 4,84, alta de 1,05%.
No País, o aumento foi registrado após 15 semanas de quedas sucessivas, e ocorre após nova alta da gasolina na Refinaria de Maritape, a maior do país sob controle do setor privado. A Acelen, empresa responsável pela sua operação, anunciou no último sábado (15) um reajuste de 2%. Ela já havia corrigido os valores sete dias antes em 9,7%.
Os anúncios da Acelen seguem a tendência das variações no mercado internacional. A cotação do barril de petróleo tipo brent, que registrou uma forte queda em setembro, chegando a custar US$ 82, voltou a subir acima dos US$ 90 neste mês. A alta foi influenciada pela decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de efetuar um profundo corte na produção.
A Petrobras, no entanto, não anuncia mudanças nos preços praticados em suas refinarias há mais de um mês. A última alteração foi uma redução de 7% anunciada no início de setembro.
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Desde 2016, a Petrobras adota a Política de Preços de Paridade de Importação (PPI), que vincula os preços praticados no País aos que são praticados no mercado internacional. A referência é o barril de petróleo tipo brent, cotado em dólar.
Com base no PPI, os combustíveis sofreram forte alta no primeiro semestre do ano, o que gerou manifestações de insatisfação do presidente da República, Jair Bolsonaro. Em maio, ele trocou o comando da Estatal pela quarta vez durante seu mandato, nomeando Caio Mário Paes de Andrade. Bolsonaro também editou uma medida provisória, posteriormente aprovada no Congresso Nacional, desonerando tributos e contribuindo para a queda nos preços dos combustíveis.
Não houve, no entanto, nenhum anúncio de mudança no PPI. Nas redes sociais, parlamentares de oposição alertam que o governo vem pressionando a direção da Petrobras para segurar os preços em meio ao processo eleitoral. O segundo turno acontecerá no dia 30 de outubro. Em resposta, Bolsonaro tem feito publicações sustentando que a desoneração possibilitou a manutenção dos preços no patamar atual e permitiu, consequentemente, o barateamento dos alimentos.
Segundo cálculo da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o valor médio da gasolina nas refinarias do País está defasado em R$ 0,30 por litro, ou, 8%. A entidade monitora quase diariamente as variações levando em conta o PPI.
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