O preço do litro do etanol hidratado para o consumidor parece estar desenfreado. De julho até agora vem registrando uma sequencia de altas que tirou o biocombustível da casa dos R$ 3,57/3,59 para inéditos R$ 4,37/4,39. O que mais chama à atenção nas duas últimas altas registradas pelo MT Econômico é que somente o hidratado teve a média de bomba majorada, sem qualquer oscilação sobre a gasolina e o diesel, que independentemente de reajustes autorizados pela Petrobras, sempre sofriam ‘correções’.
Ontem (11), os postos revendedores de Cuiabá e Várzea Grande voltaram a reajustar os preços do etanol. Uns abriram o dia de preço novo, outros ajustaram ao longo do expediente, mas para surpresa dos consumidores, Mato Grosso, o maior produtor de etanol de milho do Brasil e o segundo maior, quando se contabiliza a produção a partir da cana-de-açúcar, em plena safra das duas matérias-primas, segue reajustando de forma recorrente o litro do biocombustível.
“Aonde vamos parar”, indagou em tom de revolta o aposentado Guilherme Telles. Na hora do almoço ele explicou que parou para perguntar ao frentista se o preço estava correto, tamanha foi a surpresa. “Aumentou esses dias e agora de novo? Eu não consigo entender. Qual a justificativa?”, questionou novamente. O frentista explicou que o posto já tinha sido aviso da nova alta, “o pessoal da distribuidora já tinha avisado”.
Ao final de quinta-feira, pouco postos ainda ‘seguravam’ os preços em R$ 4,27, como por exemplo, o posto 14 Bis, em Várzea Grande. Motoristas mais atentos ao novo movimento de alta fizeram fila para garantir alguma economia antes de enfrentar, sem opção, o novo recorde.

SEM EFEITO – Desde o dia 1º de agosto, estão em vigor as novas misturas obrigatórias de biocombustíveis no país: o etanol passa para E30 e o biodiesel para B15, ou seja, elevando de 14% para 15% a proporção de renováveis nos combustíveis fósseis. A medida, aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), tem como objetivo reduzir a dependência do Brasil em relação à importação de combustíveis fósseis, especialmente em um momento de instabilidade no mercado global de energia. Até o momento, nem a gasolina e nem o diesel indicaram redução sobre os preços.
FISCALIZAÇÃO – O Procon de Várzea Grande realizou na semana passada, uma operação especial de fiscalização em postos de combustíveis da cidade. A ação buscou garantir os direitos dos consumidores, verificando a qualidade dos produtos, a transparência dos preços e o cumprimento das normas do Código de Defesa do Consumidor (CDC).
Durante as vistorias, os fiscais conferiram se os valores estavam expostos de forma clara e visível, se as bombas de abastecimento estavam devidamente aferidas e se não havia práticas abusivas, como a cobrança por quantidade maior de combustível do que a efetivamente fornecida.
De acordo com a coordenadora do Procon-VG, Carolina Moreira, as fiscalizações são realizadas de forma periódica e têm papel fundamental na proteção da população.
“Nossa equipe realiza testes de qualidade, já que o Procon é credenciado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Verificamos se os combustíveis atendem às normas legais e também monitoramos os preços dentro do Município. O objetivo é proteger o consumidor e assegurar que a concorrência seja justa e transparente”, destacou.
O Procon reforça a orientação para que a população denuncie eventuais irregularidades, como preços abusivos ou divergência entre valores anunciados e cobrados, por meio dos canais oficiais de atendimento.
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