A cesta de alimentos básicos registrou um aumento de 14,22% em 2024. É o que apontou o levantamento realizado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que também revelou o seguido crescimento dos preços para este ano, fazendo com que a cesta básica possa ter uma alta de 1,1% até o fim de 2025.
Prova disso está o novo levantamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontou grupo de Alimentação e bebidas como a segunda maior alta (0,96%) em no último mês. Para Leandro Rosadas, especialista em gestão de supermercados, há diferentes motivos para desencadear esse movimento, indo de inflação a mudanças climáticas no país.
“Dos 18 produtos essenciais da cesta, 12 passaram por uma alta em seus valores. A carne bovina foi um dos itens mais impactados, apresentando um aumento de mais de 25%. No entanto, a população sentiu ainda mais nos bolsos as altas expressivas nos itens de café da manhã, com aumento de quase 40% do café torrado e moído, já o leite longa vida registrou o crescimento de 18,83% no seu valor. Itens como o óleo de soja, que teve um aumento de 29,22%, e o arroz, com o crescimento de 8,24%, evidenciam a complexidade do cenário”, explica o especialista.
Leandro relembra que o aumento da carne vem sendo registrado desde a metade do último ano, refletindo no consumo e na venda de outras proteínas, seguindo a lei da oferta e demanda. Isso porque o aumento das queimadas no Brasil, impulsionado pelas altas temperaturas de 2024, tem tido um efeito cascata na economia, provocando uma redução da oferta de pastagens e, em contrapartida, a elevação do custo de produção. De acordo com o monitoramento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o último ano registrou um crescimento de 100% dos focos, com mais de 159 mil casos registrados.
De acordo com a análise realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), as capitais que registraram as maiores altas em relação ao valor da cesta básica foram Salvador (6,22%), Belém (4,80%) e Fortaleza (3,96%). Em contrapartida, somente quatro capitais brasileiras registraram uma queda no valor do item, sendo elas Porto Alegre (1,67%), Vitória (1,62%), Campo Grande (0,79%) e Florianópolis (0,09%). Além disso, São Paulo ainda possui a cesta básica mais cara do país atingindo um preço médio de R$ 851,82.
NA BRONCA – Em entrevista à imprensa, ontem (11), o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, fez duras críticas às falas do presidente Lula, sobre a inflação dos alimentos. Na semana passada, o presidente sugeriu que em meio à alta de preços dos alimentos, os brasileiros parem de comprar produtos caros para que os supermercados se vejam obrigados a diminuir os preços.
Mauro afirmou que a fala do presidente não é a mais indicada e tão pouco eficaz diante da inflação. O governador lembra que, para conter a alta dos alimentos, se faz necessária ‘uma série de medidas’ e que, se o brasileiro parar de comprar tudo o que é caro, poderia não pagar impostos, pelo alto valor.
DICAS – Para quem busca economizar nas compras de mercado, Aline Soaper, educadora financeira, afirma que a melhor forma de evitar que famílias se endividem é seguir um planejamento mensal. Também é indicado estabelecer que só deverá ser gasto, no máximo, 20% da renda com a alimentação. Diante desse cenário de alta dos alimentos, a especialista em finanças pessoais destaca quatro dicas práticas para economizar na hora das compras nos supermercados.
VEJA ABAIXO:
1. Faça uma pesquisa de preços
“Compare os preços de redes concorrentes antes de ir às compras. E caso seja necessário, compre itens de setores específicos em redes distintas. O objetivo dessa estratégia é aproveitar o que cada supermercado tem de melhor a oferecer quando o assunto é preço. Acompanhar encartes físicos e digitais também são fundamentais, até porque, em algumas lojas, é possível pedir a equiparação de preços, evitando assim um custo adicional de passagem de transporte público ou gasolina para ir a dois ou três mercados no mês”, recomenda Aline.
2. Substitua produtos
“Trocar produtos que aumentaram muito de preço por itens com valor menor é uma ótima alternativa para economizar nos gastos da família. Além disso, dê preferência às marcas que oferecem melhor custo x benefício, seja ela uma marca branca ou uma embalagem que oferece uma quantidade maior de litros os kg por preço. Isso vale para itens básicos como proteínas, por exemplo. Trocar a carne bovina por outra mais em conta. Tentar adaptar cardápios com itens mais baratos. No caso de frutas e verduras, muitas feiras têm horários específicos , onde dá sim para encontrar itens bons para o consumo, por pequenos preços”, a afirma a educadora financeira.
3. Confira as ofertas entre os supermercados
A especialista ressalta que diversos supermercados realizam promoções do dia ou da semana, a fim de atrair uma maior movimentação em dias de baixo fluxo. Nesse caso, antes de realizar a sua compra da semana ou do mês, verifique se aquela é a melhor data para comprar tal insumo. Por exemplo, em alguns supermercados, terça-feira costuma ser o dia de oferta no setor de hortifruti, enquanto nas quintas a peixaria é o setor que está em oferta.
4. Adapte os gastos à realidade da família
“Todas as famílias querem uma mesa farta, mas é preciso adaptar o orçamento à realidade atual, utilizando técnicas que vão evitar o endividamento e o desperdício. Em especial evitando o uso do cartão de crédito ou do parcelamento para compras no supermercado, que é considerado um custo fixo mensal e que não deve ser prorrogado. também esteja atento a lista que foi feita em casa. No mercado sempre dá vontade de adicionar mais alguns itens, mas se o objetivo é economizar, fuja dos extras e foque no essencial”, finaliza Aline Soaper.
Clique aqui e entre no grupo de notícias do MT Econômico e fique por dentro de informações relevantes