Há 23 anos o Sicredi desenvolve, em todo o país, o projeto União Faz a Vida com alunos de escolas públicas e particulares. Além de promover uma interação diferenciada dentro e fora da sala de aula, o projeto promove a valorização da coletividade, da colaboração e a consciência do cooperativismo. Dessa forma, é estimulado nos jovens e educadores uma sociedade melhor e mais integrada.
Nesta quarta e quinta-feira (28 e 29) a cooperativa promoveu no Hotel Gran Odara, em Cuiabá, o 6º encontro do projeto União Faz a Vida, que reuniu profissionais de educação dos municípios de Mato Grosso que sediam o projeto, idealizadores da iniciativa e parceiros.
Cada coordenador do projeto foi homenageado e recebeu uma miniatura da viola de cocho, instrumento musical símbolo de Mato Grosso.
“Buscamos desenvolver a possibilidade do projeto estar presente em todas as cidades em que haja uma agência do Sicredi. O ideal é que a iniciativa se expanda para todos os municípios. Mas para isso também é preciso que a comunidade se envolva localmente. Existe um trabalho que leva cerca de um ano até que ele seja concretizado e perdure no município”, ressalta o presidente da central Sicredi Centro Norte, João Carlos Spenthof ao Mato Grosso Econômico.
O presidente disse também, que a iniciativa visa despertar nas pessoas, desde a idade mais jovem, o sentimento de cooperação. Assim como é desenvolvido no Sicredi, que é uma entidade que se envolve com a comunidade. “É preciso estimular o senso de justiça, de valores, de ajudar ao próximo. É a contribuição do Sicredi para a sociedade.
Em Mato Grosso, o projeto é executado há 12 anos e está presente em 22 municípios, com mais de 3.700 educadores e 68 mil crianças e adolescente inseridos no programa.
De acordo com a coordenadora geral do projeto, Cristiane Nogueira do Amaral, gerente da Fundação Sicredi, não há seleção para as escolas que queiram participar do projeto. Para ser contemplado é preciso buscar o Sicredi e firmar um acordo para a execução do programa social.
A partir do momento em que o município aceita integrar o projeto, o Sicredi oferece a gestão do programa e a formação dos professores que têm no mínimo 24 horas de aperfeiçoamento por ano.
“O projeto visa oferecer uma aula diferente para o aluno. Para que ele saia da sala de aula onde todos ficam sentados em filas e explore mais a sua cidade. Quando voltam eles determinam junto com o coordenador o projeto a ser desenvolvido adotando a metodologia de projetos. Nosso objetivo principal com o programa União Faz a Vida é desenvolver a cidadania e a cooperação. Desenvolvendo cidadãos mais cooperativos que olhe para os outros e não só para si mesmo. Além disso, os professores também aprendem uma nova forma de ensinar, compartilhando experiências com os alunos”, ressalta a gerente.
Segundo Cristiane, desde quando foi desenvolvido no início de 1994, o projeto vem registrando crescimento anual e cada vez mais aumentando a procura de novas escolas, pois os resultados para quem implanta o programa são satisfatórios e acaba despertando interesse nas demais instituições de ensino.
Para a coordenadora do projeto em Mato Grosso, Andréa Passos, a metodologia do projeto visa oferecer uma aula que “faça sentido” e desperte o interesse dos alunos para que sejam participativos nas ações.
“Após uma expedição investigativa, fora da sala de aula, os alunos voltam para a sala de aula e definem um tema a ser estudado. O projeto nasce de acordo com o interesse do público”, ressalta Andreia.
“Trabalhamos a diversidade, a cidadania, a solidariedade, o incentivo ao empreendedorismo. Muitas vezes os professores focam no livro e no giz e acabam deixando de lado esses valores que são tão importantes para o desenvolvimento da pessoa e para a carreira do aluno no futuro”, explica. “Acreditamos que por meio da educação podemos mudar realidades”, completa.
Conforme a coordenadora, um dos episódios mais marcantes registrados pelo programa no Estado foi registrado em uma comunidade interiorana, na qual a energia elétrica ainda não tinha chegado.
“Os alunos saíram à noite, de bicicleta e com lanternas começaram a explorar o que eles poderiam ver naquela região se tivesse luz naquele local. Eles buscaram mostrar para as pessoas o quão importante seria a chegada da energia elétrica na região”, lembra a coordenadora.
As centenas de pessoas que prestigiaram o encontro também puderam assistir a apresentação teatral com o poema de William Shakespeare, o Menestral e também a palestra Gerenciamento de Carreira, ministrada pelo consultor e comentarista do programa Fantástico, da rede Globo, Max Gehringer.
Ouça também uma matéria de rádio sobre o tema.
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