Litro do etanol hidratado abaixo de R$ 3 e o da gasolina inferior a R$ 5 são realidades que vão ficando para trás e fazendo parte da história de 2022 para consumidores de Cuiabá e Várzea Grande. Em trajetória de alta desde a virada do mês, os combustíveis mais consumidos nas duas cidades encerram mais uma semana de altas. O biocombustível é o campeão do reajuste, com variação acumulada de mais de R$ 0,80 no período.
Do final de setembro até esta semana o litro passou de R$ 2,67 para 2,87/2,97 e depois para R$ 2,99. Nas primeiras semanas deste mês avançou mais, indo a R$ 3,17/R$ 3,19 até o maior valor encontrado, ontem, pelo MT Econômico, em R$ 3,57.
A gasolina também vinha ensaiando altas ao longo deste mês da última quarta-feira até ontem, avançou de cerca de R$ 4,79/4,99 para R$ 5,07. Há cerca de quatro meses os preços dessas duas matrizes estavam estabilizados nas revendas. A alta da gasolina se dá nas bombas mesmo sem que tenha havido qualquer anúncio oficial da Petrobras.
Na região do Ipase, em Várzea Grande, os preços ‘amanheceram’ ontem fixados em R$ 3,57 para o litro do etanol e em R$ 5,07 para gasolina. Os quatro postos de combustíveis na região apresentam os mesmos valores. Já na região do Zero KM, na mesma cidade, os preços ainda apresentavam opções de escolha ao consumidor. O etanol a R$ 2,99 e R$ 3,17 e a gasolina ainda abaixo dos R$ 5.
Em Cuiabá, o litro do etanol também pode ser visto a R$ 3,47 e a gasolina a R$ 5,07. O mesmo movimento de alta também é registrado no interior do Estado.
Nos postos, os funcionários não dão explicação para as altas. Em entrevista, o diretor-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Mato Grosso (Sindipetróleo), Nelson Soares Junior, explica que mesmo sem autorização da Petrobras, os derivados de petróleo vêm registrando altas no mercado internacional e alterando os preços para os importadores. E as variações vão sendo repassadas à cadeia de distribuição até chegar às bombas.
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Já em relação ao etanol, a explicação está em torno do final da safra de cana-de-açúcar, com o fim do período de moagem se aproximando. Esse fim de temporada, por si só, já altera a dinâmica do mercado. No entanto, Mato Grosso é o maior produtor de milho do País, e consequentemente, maior produtor de etanol de milho do País, produção que vai assegurar o abastecimento até o início da nova safra de cana, entre março-abril-maio de 2023.
Conforme o Sindicato das Indústrias de Bionergia do Estado de Mato Grosso (Sindálcool/MT), a redução na oferta da cana, sob um consumo em alta, pressiona os preços.
O índice Esalq/Cepea – que representa o preço médio real em moeda nacional do litro do etanol, referência ao segmento – apontou para uma alta de cerca de R$ 0,30 por litro, na usina, em setembro.
NO CENTRO-OESTE – O último levantamento do Índice de Preços Ticket Log (IPTL) apontou que a região Centro-Oeste fechou a primeira quinzena de outubro com o litro do etanol comercializado a R$ 3,61, valor 2,67% mais barato em relação ao fechamento de setembro, e menor preço médio do País. A gasolina na região foi encontrada a R$ 5,14, com recuo de 1,53%. Já o diesel comum e o S-10 fecharam o período a R$ 6,83 e R$ 6,97, respectivamente, com redução de 3,44% e 3,28%, no comparativo com o mês anterior.
“No recorte por Estado, Mato Grosso apresentou o etanol mais barato de todo o território nacional, comercializado a R$ 3,31, abaixo da média da região, de acordo com o último levantamento da Ticket Log. Quando comparada ao etanol, a gasolina é economicamente mais vantajosa para abastecimento no Distrito Federal e no Mato Grosso do Sul, e o etanol é a opção mais econômica para os motoristas de Goiás e de Mato Grosso“, aponta Douglas Pina, Diretor-Geral de Mainstream da Divisão de Frota e Mobilidade da Edenred Brasil.
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