Serviços foi o setor que mais abriu novas vagas de empregos formais, aqueles com carteira assinada, em Mato Grosso. No mês passado, o Estado abriu 5.289 postos de trabalho, resultado positivo que deriva de uma movimentação de 50.449 admissões ante 45.160 desligamentos.
Esses e outros dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), referentes ao mês de fevereiro foram analisados pelo Núcleo de Inteligência de Mercado da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Cuiabá).
O Núcleo constatou através do levantamento que em Mato Grosso, os setores que tiveram os maiores saldos positivos no Estado foram: Serviços com 2.868, Construção com 889, Indústria com 676 e Comércio com 551 e agropecuária com 305.
Já em Cuiabá, foram registradas 10.465 admissões e 9.813 desligamentos, ficando com saldo positivo de 652 vagas preenchidas. Na Capital os setores com saldo positivo foram: Serviços com 279 vagas preenchidas, Construção com 242, Indústria com 100 e agropecuária com 17 e comércio com 14.
Ao detalhar mais os números referentes ao saldo entre admitidos e desligados em fevereiro no estado de Mato Grosso, 49,3% são homens e 50,7% mulheres. Quanto à faixa etária, de 18 a 24 anos, representa 42,8%, seguida pela de até 17 anos (22,8%), de 25 a 29 anos (10,9%), de 30 a 39 anos (10,8%), de 40 a 49 anos (10,2%), 50 a 64 anos (3,3%) e 65 anos ou mais (-0,8%).
Outro dado é que Mato Grosso possui hoje 6,46% de empregos formais ativos a mais que o mesmo período do ano passado, ou seja, 853.622 em fevereiro de 2023 contra 801.839 em fevereiro de 2022.
Com base no saldo atual de 853.622 de empregos formais no Estado, o setor de serviços representa 33,8%, seguido do Comércio (27,5%), Agropecuária (18%), Indústria (15,5%) e Construção (5,2%).
Segundo o superintendente da CDL Cuiabá e responsável pelo Núcleo de Inteligência de Mercado, Fábio Granja, os números apresentados revelam uma evolução positiva do estado de Mato Grosso em empregos formais quando comparado com fevereiro de 2022.
“Se compararmos os últimos 12 meses, podemos destacar um saldo positivo de 51.783 de novos postos de trabalhos formais criados em Mato Grosso. Trata-se de um número importante, porém precisamos nos atentar que a maior parte do saldo é referente ao profissional do primeiro emprego, já que 65,6% são pessoas com idade até 24 anos. Esse é um fator que precisa ser analisado para compreendermos os reais motivos, já que podem ser vários, dentre eles pode estar a questão salarial, neste caso pode ser um motivo de queda de renda. Outro fator pode ser a necessidade de uso tecnológico, onde a geração Z tem se adaptado melhor, além disso, ainda existe a dificuldade em atrair pessoas com mais experiência devido ao empreendedorismo informal e falta de atratividade salarial”, afirma o superintendente.
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Granja ainda reforça que o mercado de trabalho precisa ser melhor avaliado. “Estamos passando por um momento que a iniciativa privada precisa de profissionais capacitados, mas o desafio está sendo em como atrair esses bons profissionais. Por outro lado, é preciso ter ações públicas e privadas que em conjunto possam tornar o mercado formal mais atrativo. Talvez uma das saídas possa estar nos incentivos para o empregador ter condições de gerar melhores políticas de remuneração. Quanto mais o empregado, ou seja, o cidadão tiver recursos, mais consumo existirá, sendo assim, a necessidade de contratações aumenta e o ciclo positivo de circulação de dinheiro torna-se favorável para a economia, e consequentemente, para os entes arrecadadores de impostos“, finaliza.
CENTRO-OESTE – A região Centro-Oeste teve um saldo de 29.959 empregos com carteira assinada em fevereiro. Em conjunto, as quatro Unidades Federativas da região apresentaram crescimento relativo de 0,81%, o maior do país na comparação entre admissões e demissões.
No recorte por estados, Goiás teve saldo de 11.490 empregos e o Mato Grosso do Sul teve a maior variação relativa de crescimento do país (0,95%). O Distrito Federal aparece na segunda colocação da região, com saldo de 7.492 postos formais preenchidos. Na sequência, Mato Grosso do Sul, com 5.688 e Mato Grosso: 5.289.
O Distrito Federal concentra a maior média de salários por admissão da região, com R$ 2.058,47. Entre os setores econômicos do Centro-Oeste, os principais foram o de Serviços e Construção, com saldo de 17.615 e 4.775 novas vagas, respectivamente. O setor de Agricultura registrou 4.329 novos postos.