O Sindicato que representa os postos de combustíveis, em Mato Grosso, Sindipetróleo faz dois alertas em relação ao novo anúncio de redução sobre os preços da gasolina, no País. O primeiro refere-se ao comportamento do mercado: para chegar às bombas, a baixa tem de ser repassada pelas distribuidoras aos postos. E o segundo é que a queda de cerca de R$ 0,15 é para a gasolina tipo A. Nos postos se comercializa o tipo C, aquela misturada com o etanol anidro. Em razão disso, a diferença deve impactar em uma retração menor.
Como explica o diretor-executivo do Sindipetróleo, Nelson Soares, “esperamos que essa queda já tenha chegado aos postos e às bombas. Mas ressalto que para reduzir na ponta, é preciso que haja repasse da distribuidora à revenda”.
Soares explica ainda que para que a redução chegue às bombas não depende da refinaria, mas da distribuidora. “À gasolina é acrescentado álcool anidro, na proporção de 27%. Esta adição e mais impostos são adicionados ao preço que vai para a revenda, onde o preço final é definido conforme o custo de manutenção dos postos e em razão disso tudo, o novo valor pode não exibir o corte de R$ 0,15, como foi apresentado pela Estatal”.
No final da semana passada a Petrobras anunciou que o preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras passaria a R$ 3,86 para R$ 3,71, uma redução de R$ 0,15 por litro, um corte de 3,88% nas refinarias, ou seja, na gasolina pura.
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POLÍTICA DE PREÇOS PETROBRAS – A queda dos preços da gasolina acompanha o movimento do barril de petróleo no mercado internacional, devido à política de paridade de preço internacional (PPI). Além do valor do barril, a política de preços também leva em consideração a cotação do dólar.
TICKET LOG – De acordo com o último levantamento do Índice de Preços Ticket Log (IPTL), após o primeiro anúncio da redução – de 4,93% – no valor da gasolina no repasse às refinarias no último dia 19, os motoristas já estão pagando 1,3% mais barato para abastecer com o combustível, que já chegou a registrar diária média de R$ 6,12 nos postos de abastecimento. Quando comparado ao valor médio do início do mês, que era de R$ 6,79, o recuo já é de 9,8%.
Na análise regional, o Nordeste apresentou o mais alto recuo no preço médio de 2,34%, com o litro vendido a R$ 6,27. O cenário oposto foi registrado na região Norte, onde o combustível registrou a menor variação de todo o território nacional, 0,05%, e foi vendido nos postos a média de R$ 6,33.
“O cenário decrescente registrado para a gasolina desde o início de julho já vinha sendo percebido em decorrência da isenção do ICMS. Com isso, o anúncio da redução feito pela Petrobras contribuiu para os valores baixarem ainda mais. O resultado da combinação entre os dois fatores não refletiu somente na média nacional, mas também nos recortes por Estado, a exemplo do Maranhão, que registrou o maior recuo do País nos cinco primeiros dias após o anúncio: R$ 0,28”, aponta Douglas Pina, diretor-geral de Mainstream da Divisão de Frota e Mobilidade da Edenred Brasil.
De acordo com a análise por Estado, a gasolina comercializada nos postos do Mato Grosso do Sul é diferente do comportamento apresentado no Maranhão, comercializado a R$ 6,03 e sendo o único a apresentar aumento após a redução anunciada nas refinarias, além de apresentar o menor aumento entre todos os Estados durante o período (R$ 0,005).
Em Mato Grosso o preço médio da gasolina nos postos é de R$ 5,87, conforme monitoramento semanal do MT Econômico. No município de Várzea Grande, o litro do combustível pode ser encontrado a R$ 5,37.
Os Estados a liderarem o ranking com a maior redução no preço médio da gasolina, em seguida do Maranhão, foram: Pernambuco e Piauí, com redução de R$ 0,22 e média de R$ 6,32 e R$ 6,36, respectivamente, e Sergipe, que apresentou recuo de R$ 0,20 e preço médio de R$ 6,13.
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