No terceiro trimestre de 2023, encher o tanque de gasolina consumiu, em média, 6,3% da renda das famílias mato-grossenses. O percentual está abaixo da média do país, em 6,6%, e é um dos menores apontados pelo Panorama Veloe. O indicador representa a proporção da renda domiciliar mensal que seria necessária para custear o abastecimento de um tanque de 55 litros com gasolina comum no trimestre de referência.
Ainda conforme as informações, que têm como base Poder de Compra de Combustíveis, calculado pela Fipe junto à da PNAD Contínua (IBGE), o maior desembolso no Centro-Oeste esteve em Goiás, com 6,4% da renda local. Em seguida está Mato Grosso, Mato Grosso do Sul registra 5,9% e o Distrito Federal, 3,5%, o menor do Brasil.
Ainda em relação ao estado, o percentual está 0,2 pontos percentuais (p.p.) no acumulado dos últimos 12 meses.
Por municípios, Cuiabá apresenta uma absorção média de 5% da renda para encher o tanque com gasolina, superando a média entre as capitais brasileiras em 4,3%.
A pesquisa detalha que 6,6% da renda das famílias brasileiras foram comprometidas com o desembolso com o combustível. Já na região Nordeste, a média é de 11%, a maior do Brasil.
O resultado representa ligeiro aumento em relação à média do trimestre anterior, que marcou 6,5% da renda das famílias brasileiras. Já no primeiro semestre, o número era 5,9%, totalizando um aumento de 0,8% no acumulado do ano.
O estudo evidencia as diferenças regionais relevantes no peso dos combustíveis no bolso dos brasileiros. De acordo com o levantamento, é maior no Nordeste (11%), região representada por Maranhão (12,1%), Alagoas (11,9%) e Bahia (11,4%). Os três lideram o ranking de estados com o percentual da renda domiciliar necessário para arcar com o custo de um tanque de gasolina.
RECORTE REGIONAL – Em contraste, as regiões Sudeste e Centro-Oeste apresentaram o menor percentual. No Centro-Oeste o valor do tanque de gasolina correspondeu a 5,4% da renda domiciliar no terceiro trimestre de 2023, destacando-se, nesse caso, o percentual calculado para aqueles que vivem e abastecem no Distrito Federal (3,5%). Estados do Sudeste e Sul completaram a lista de estados onde o custo de um tanque de gasolina representa a menor média da renda dos brasileiros, com percentuais apurados de 4,9%, em São Paulo, 5,4%, em Santa Catarina, e 5,5%, no Rio de Janeiro.
Comparativamente, entre as capitais, os percentuais encontrados são menores, em razão do maior nível de renda. A cidade de Rio Branco (AC) registrou o maior percentual no ranking, com 9,2%, seguida por Porto Velho (RO), com média de 9%, e São Luiz (MA) com 8,7%. Já as capitais onde o custo de um tanque de gasolina comum pesou comparativamente menos no bolso dos brasileiros incluíram: Florianópolis, com 3,3%; Vitória, com 3,4%, seguida por Brasília com 3,5%. Na média das capitais brasileiras, o custo de se abastecer um tanque de gasolina equivaleu a 4,3% da renda domiciliar mensal.
Na avaliação dos percentuais médios nos grandes centros urbanos, como é o caos das capitais, é importante notar que o consumo – e a frequência de abastecimentos necessária em um mês, também tende a ser maior nessas localidades, visto que há uma diversidade de fatores, incluindo: maior dependência e intensidade no uso dos veículos para deslocamento, maiores distâncias percorridas (por exemplo, entre local de moradia e trabalho), maior incidência.
O MERCADO – O Monitor de Preços de Combustíveis apontou ainda que em novembro de 2023, os preços médios nacionais por litro abastecido foram os seguintes: gasolina comum (R$ 5,758), gasolina aditivada (R$ 5,865), etanol hidratado (R$ 3,651), GNV (R$ 4,598), diesel comum (R$ 6,203) e diesel S-10 (R$ 6,285). Em relação ao mês anterior, quatro dos seis combustíveis monitorados apresentaram queda nos respectivos preços médios: gasolina comum (-1,6%), gasolina aditivada (-1,5%), etanol hidratado (-0,9%) e, de forma discreta, diesel S-10 (-0,02%).
Os resultados mostram recuo nos preços da gasolina (comum e aditivada) e etanol. Já os preços do diesel oscilaram perto da estabilidade, com ligeiro incremento no diesel comum e ligeira queda, no diesel S-10.
GASOLINA X ETANOL – O Indicador de Custo-Benefício Flex aponta que em novembro de 2023, o preço médio do etanol correspondeu a 68,6% do valor cobrado pela mesma quantidade de gasolina, com um incremento marginal de 0,2 ponto percentual em relação a outubro que marcou 68,4%.
Já nas capitais, o indicador se manteve estável em 67,7%, preservando também patamar vizinho à mínima histórica, de setembro de 2018 quando atingiu 67,2%.
Esse cenário que apresenta percentuais ainda abaixo do parâmetro de 70%, o etanol segue mantendo a preferência sob a ótica do custo-benefício, tanto na média das UFs quanto na média das capitais. Mato Grosso que sempre figura como o estado de menor preço médio do biocombustível no Brasil, detém a melhor relação custo-benefício, com o etanol representando 57,8% do valor médio da gasolina. Cuiabá, com 57,4%, é a capital brasileira com a melhor relação.