Segundo semestre corrido, sem feriados nacionais prolongados e o acúmulo de contas do primeiro ciclo estão tirando o sono de 33% dos brasileiros que declaram que a renda atual não é suficiente para cobrir o orçamento do mês de agosto. A pesquisa realizada pelo Serasa, ouviu 2446 pessoas e indica ainda que 22% dos entrevistados acham este mês o mais difícil do ano, sob o ponto de vista das finanças.
O resultado ainda mostra que 36% dos brasileiros afirmam que estarão vulneráveis financeiramente até o dia 31 do mês. Para uma parcela um pouco menor, 35% acreditam que a conta corrente ficará no azul e as contas liquidadas.
Fernando Lamounier, educador financeiro, explica que o brasileiro vem acumulando despesas desde o começo do ano com o uso de cartão de crédito e empréstimos como extensão de salário, o que piora o orçamento familiar em longo prazo. As famílias brasileiras vêm utilizando a modalidade para compras do dia a dia e a capacidade de parcelamento levou-as a acreditar que ao dividir uma compra a dívida fica menor, quando, na realidade, as pessoas estão apenas antecipando as dívidas do próximo mês”.
A busca por créditos aumentou desde abril de 2024. A demanda dos consumidores por linhas de crédito foi 13,6% maior em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo apontou o Indicador de Demanda do Consumidor por Crédito da Serasa Experian. Esta foi a primeira alta registrada em 2024, após sucessivas quedas desde janeiro.
Brasileiros com renda entre R$ 500 e R$ 1000 foram os que mais buscaram crédito no mercado com 13,9%. Os que recebem R$ 1001 e R$ 2000 ficaram logo atrás, com 13,8%. Os estados com mais brasileiros buscando créditos foram os estados do Norte e Nordeste do Brasil, Roraima (26.3%), Acre (24,1%), Amazonas (22,5%), Piauí (22,0%) e Amapá (21,2%).
Analisando o cenário de busca de créditos, aumento de parcelamento de compras e endividamento dos brasileiros, o especialista listou algumas dicas que podem ser essenciais para começar a sair do vermelho e organizar as contas ainda neste mês, são elas:
Mapear renda total, isto é, salário e rendas extras:
Separar as despesas fixas no seu orçamento, como aluguel, condomínio, internet e contas de serviços públicos (água, luz, gás);
Esquematizar as despesas variáveis como alimentação, transporte e gastos com saúde;
Organizar dívidas e pagamentos, como parcelas de empréstimos e cartão de crédito.