Em tempos de crise, especialistas no setor imobiliário dão dicas de qual valor do imóvel o comprador pode adquirir sem comprometer sua renda. O levantamento do site, que compara os custos de financiamentos, revela o valor máximo do imóvel que o comprador consegue financiar hoje de acordo com sua renda familiar. Para isso, foram consideradas dez faixas de renda, que variam de 3 mil reais a 40 mil reais.
O levantamento considerou o financiamento de imóveis usados pelo sistema de amortização SAC, no qual os valores das parcelas da dívida são decrescentes. O valor de entrada necessário simulado foi de 20%, valor mínimo exigido pelos bancos para o financiamento.
Foi utilizado ainda um prazo de financiamento de 30 anos, período máximo no qual os bancos financiam o imóvel. A simulação incluiu os custos dos seguros obrigatórios – Morte e Invalidez Permanente (MIP) e Danos Físicos ao Imóvel (DFI) – e realizou a cotação dos preços na mesma seguradora, a BB Seguridade, e para um comprador que tenha 40 anos de idade.
A simulação levou em conta as taxas balcão, que são apresentadas a clientes que não têm relacionamento prévio com a instituição financeira. Caso o cliente já seja correntista do banco os juros cobrados podem ser menores.
A pesquisa considerou a renda familiar bruta porque esse é o parâmetro utilizado pela maioria dos bancos para liberação do financiamento. Uma família composta por duas pessoas, por exemplo, que ganhe 5 mil reais por mês cada, tem uma renda familiar de 10 mil reais caso ambas participem do financiamento.
Em alguns bancos, como o Itaú, o parâmetro para liberação do financiamento pode considerar a renda líquida. Ou seja, o valor da prestação terá de corresponder a 30% da renda já líquida de impostos e eventuais descontos de salário no caso de trabalhadores formais, por exemplo. Ou seja, o valor máximo financiado pode ser ainda menor e, consequentemente, o valor de entrada exigido pode ser maior.
O levantamento é apenas um indicador, já que os bancos podem emprestar uma quantia menor ou até negar a concessão do crédito para a compra do imóvel caso a família seja composta por trabalhadores informais ou alguns dos membros da família esteja inadimplente, já que o risco do empréstimo fica maior.
Oportunidades
A perda do poder de compra do imóvel pode ser compensada por eventuais descontos que podem ser obtidos na compra. "O estoque de imóveis disponíveis não diminuiu significativamente. A grande oferta de unidades e desaceleração das vendas facilitam a obtenção de descontos", diz Prata.
Contudo, quem busca boas oportunidades de compra deve oferecer o maior valor de entrada possível para diminuir o custo do financiamento, recomenda o diretor do Canal do Crédito. Quanto mais alto o valor, mais baixos serão os juros pagos pelo comprador.
Não é indicado, porém, utilizar toda a poupança para a compra do imóvel, diz Prata. O comprador deve ter uma reserva financeira para situações imprevistas, como uma eventual perda do emprego, que pode comprometer o pagamento da dívida. "Se o comprador tem apenas o valor da entrada, ou se esse valor for muito baixo, talvez seja melhor adiar a compra", afirma o presidente do Canal do Crédito.
Renda familiar mensal Valor máximo do financiamento do imóvel
R$ 3 mil R$ 90 mil -5% -14%
R$ 6 mil R$ 175 mil -5% -16%
R$ 8 mil R$ 240 mil -4% -14%
R$ 10 mil R$ 310 mil -2% -12%
R$ 12 mil R$ 365 mil -3% -14%
R$ 15 mil R$ 460 mil -2% -13%
R$ 20 mil R$ 615 mil -2% -13%
R$ 25 mil R$ 770 mil -4% -13%
R$ 30 mil R$ 925 mil -5% -13%
R$ 40 mil R$ 1,23 milhão -2% -13%