Conforme o Panorama do Comércio, divulgado nesta semana pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Mato Grosso (FCDL/MT), os dados referentes a maio de 2023 mostram que as vendas do comércio recuaram no mês, na comparação com abril. Mesmo com esse recuo, o desempenho do setor permanece positivo no acumulado dos 12 meses encerrados em maio. Nessa base de comparação, de acordo com o IBGE, as vendas do comércio varejista registraram alta de 8%, um resultado bem acima do observado na média nacional (0,8%).
O dinamismo do comércio no acumulado de 12 meses também é observado nos demais serviços. Esse setor registrou avanço expressivo e superior à média nacional. A produção industrial também avançou no acumulado de 12 meses. No entanto, quando se analisa o acumulado de janeiro a maio de 2023, na comparação com o mesmo período do ano anterior, constata-se um recuo da produção industrial no Estado.
O desempenho desses setores ao longo do 1º semestre de 2023 poderá ser avaliado no próximo mês, com a divulgação dos dados de junho. Por ora, os dados dos primeiros cinco meses do ano mostram um desempenho positivo das atividades comerciais e dos demais serviços no Estado.
Além dos dados usuais de atividade econômica, este Panorama analisa pela primeira vez os dados de comércio exterior de Mato Grosso. No 1º trimestre de 2023, a saldo da Balança Comercial chegou a R$ 16,7 bilhões. As exportações ficaram praticamente estagnadas com relação ao mesmo período do ano anterior, mas as importações registraram forte recuo, garantindo o crescimento do saldo comercial do Estado.
Conforme o presidente da FCCDL/MT, David Pintor, outro dado importante a ser destacado é a inflação. Segundo ele, “em junho de 2023, os preços apurados na região Centro-Oeste registraram queda na comparação com o mês anterior. No acumulado dos 12 meses, os preços ainda sobem, mas a um ritmo cada vez menor. A trajetória dos preços será crucial para a definição dos juros e para as decisões de consumo das famílias“.
VENDAS DO COMÉRCIO – Vendas do comércio mato-grossense recuam em maio de 2023, na comparação com o mês anterior; no acumulado de 12 meses, índice de vendas registra crescimento expressivo no Estado.
Dados divulgados pelo IBGE mostram que, em maio de 2023, as vendas do varejo ampliado e do comércio varejista de Mato Grosso recuaram na comparação com as vendas do mês anterior, na série com ajuste sazonal. O recuo foi de 1,6% nos dois segmentos. O varejo ampliado inclui o comércio varejista, além das atividades comerciais de vendas de automóveis, motocicletas, peças automotivas, materiais para construção e atacado de alimentação. Mesmo com o recuo na comparação mensal, as vendas ainda registram forte crescimento no acumulado dos 12 meses encerrados em maio. Para o varejo ampliado, o avanço foi de 6,7% nessa base de comparação, bem acima da média nacional. Já para o comércio varejista, o crescimento foi de 8,0%. No próximo mês, com os dados de junho divulgados, será possível fazer um balanço do setor ao longo do 1º semestre de 2023.
DEMAIS SETORES – Complementando o quadro da atividade econômica em Mato Grosso, o Panorama atualiza os dados sobre o desempenho da Indústria e do setor de Serviços no Estado. Os resultados de maio de 2023 mostram um salto do volume de prestação de serviços no Estado, na comparação com abril de 2023. O avanço foi de 22%. Com isso, o segmento acumula uma alta de 11,9% no ano – comparando o período de janeiro a maio de 2023 com o mesmo período de 2022. Já no acumulado de 12 meses, que compara os 12 meses encerrados em maio com os 12 meses anteriores, o avanço foi de 14,2%. Os dados por segmentos do setor de serviços não estão disponíveis em nível estadual, mas os dados nacionais mostram um avanço dos serviços de transporte, em especial o de cargas. Por sua vez, a indústria do Estado mostra um crescimento mais modesto ao longo de 2023. No acumulado do ano, o setor registra uma queda de 1,5%, enquanto no acumulado de 12 meses o avanço foi de 8,5%. Os setores de Serviços e a Indústria representam cerca de 68% do PIB de Mato Grosso.
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INFLAÇÃO (IPCA) – Dados do IBGE mostram que, em junho de 2023, os preços recuaram na região Centro-Oeste do Brasil. O índice oficial de inflação (IPCA) medido na região registrou queda de 0,6% na comparação com o mês imediatamente anterior. No acumulado dos 12 meses encerrados em junho, a variação foi de 2,3% na medição local. No país como um todo, o IPCA registrou uma variação de 3,2% no acumulado dos 12 meses, ficando abaixo do centro da meta de inflação. No acumulado de 12 meses, observa-se um movimento de desaceleração do ritmo de crescimento dos preços desde meados de 2022. Isso significa que, em média, os preços estão subindo nessa base de comparação, mas com menos força. Esse ritmo muda de acordo com o grupo de bens e serviços analisado. Os grupos com as maiores variações de preços no índice nacional foram “Saúde e cuidados pessoais” (10,4%) e “Vestuário” (9,7%). Na outra ponta, o grupo de “Transportes” registrou queda de 5,7%, refletindo a redução nos preços de combustíveis.
MERCADO DE TRABALHO – Em maio de 2023, de acordo com dados do Caged, o estado de Mato Grosso registrou saldo positivo de criação de vagas formais. No mês, 3.350 vagas foram criadas no Estado. O saldo positivo mostra que as admissões superaram as demissões no período. No acumulado do ano, isto é, entre janeiro e maio de 2023, 29.571 vagas formais foram criadas em Mato Grosso, o que mostra um desempenho positivo do mercado de trabalho formal ao longo do ano. No comércio, o saldo de criação de vagas de maio de 2023 foi de 519. Esse número resultou da admissão de 14.703 trabalhadores e da demissão de 14.184. No acumulado do ano, o setor registrou a criação de 2.320 vagas. O número total de empregos formais no Estado, independente do mês da sua criação, chegou a 863,7 mil em maio de 2023. Em maio de 2022, esse número era de 815,6 mil. A série histórica mostra um crescimento quase contínuo do total de empregos formais no Estado ao longo dos últimos 12 meses, com queda observada apenas em dezembro de 2022 e janeiro de 2023.
EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES – Esta edição do Panorama apresenta pela primeira vez dados de exportações e importações do estado de Mato Grosso. De acordo com os números divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, no 1º semestre de 2023, o saldo da BALANÇA COMERCIAL do Estado, isto é, a diferença entre as exportações e as importações, chegou a R$ 16,7 bilhões.
A série disponibilizada pelo portal de estatísticas do Ministério mostra os saldos do Estado até 2012. O resultado do 1º semestre de 2023 foi o melhor para o período desde o início dessa série. O principal item da pauta de exportações do Estado foi a soja, cujas exportações representaram 65% do total. Em seguida, aparece o milho (8,3%). As exportações somaram R$ 18,1 bilhões ao longo do semestre, apresentando um crescimento modesto na comparação com o mesmo período de 2022 (0,3%). Já as importações apresentaram recuo de 49,6%. Esse recuo explica o avanço do saldo da Balança Comercial, mesmo com o baixo crescimento das exportações.
MERCADO DE CRÉDITO – Dados do Banco Central do Brasil (BCB) mostram que o valor total das operações de empréstimos e financiamentos em Mato Grosso chegou a R$ 187 bilhões em maio de 2023, sendo que R$ 125,3 bilhões estão emprestados às famílias (PF) e R$ 61,7 bilhões estão emprestados às empresas (PJ). Esses saldos contemplam os valores de operações vencidas ou a vencer em diversas modalidades, como cartão de crédito, consignado, financiamento de veículos, entre outras.
Os dados do BC mostram ainda que, em Mato Grosso, o saldo de crédito para PF cresceu 15% na comparação entre maio de 2023 e o mesmo mês do ano anterior. Esse avanço foi maior do que o observado no país como um todo (10,2%). Observa-se ainda que o saldo de crédito às empresas também cresceu em Mato Grosso, mas a um ritmo menor do que observado no segmento PF. O avanço foi de 8,4%, também acima da média nacional. O gráfico da evolução histórica do saldo de crédito, mostra que a diferença entre o saldo de PF e PJ vem crescendo ao longo dos últimos meses, em razão do avanço mais acelerado do crédito destinado às famílias.
