Conforme o alerta da coordenadora do Sistema Nacional de Emprego (SINE), em Sinop, Débora Malagutti, o município de Sinop vive um momento positivo na economia, traduzido pela alta na geração de empregos formais, porém esbarra na falta de qualificação dos trabalhadores que vão em busca das oportunidades.
“Há uma dificuldade para se colocar o trabalhador no mercado de trabalho, por falta de qualificação. Mas esta qualificação não contempla apenas o nível de escolaridade, mas também abrange a maneira de se portar [na hora das entrevistas], vestir-se, entre outros pontos”, alerta a gestora.
Apenas pelo Sine de Sinop, que faz a ponte entre o empregador e os candidatos que aspiram alguma vaga, são cerca de 70 atendimentos para postos de trabalho diariamente. No entanto, nem todas as pessoas encaminhadas são fixadas porque não atendem aos requisitos estabelecidos pelos empregadores. Números do Serviço Nacional de Empregos de Sinop ajudam a entender o desafio.
Apenas nos meses de janeiro e fevereiro, 499 pessoas foram direcionadas para entrevistas em diferentes funções, visando o preenchimento das 275 vagas ofertadas pelo Sine de Sinop. Por outro lado, 135 conquistaram a colocação formal. Em 2016, o cenário também foi semelhante: nem todos os 2.916 candidatos encaminhados para as 1.927 vagas captadas conseguiram a colocação. Foram, ao todo, 1.209 postos preenchidos.
Muitas das oportunidades pedem, por exemplo, candidatos com, o mínimo, ensino médio completo. Outras não determinam exigências, sendo a capacitação promovida pelo próprio empregador. Para a gestora do Sine, quanto maior a qualificação, maiores as chances da efetivação. No entanto, Débora Malagutti faz outro alerta: desta vez ligado ao interesse dos trabalhadores pela qualificação.
Isto porque mesmo quando há oferta de cursos gratuitos de capacitação e formação poucos são os interessados. Recentemente, a Prefeitura de Sinop e o Senai disponibilizaram 200 vagas em cursos de pelo menos oito áreas, mas o quadro de alunos só foi preenchido após o prazo para inscrição ser prorrogado, em função da baixa procura.
“A maior dificuldade é colocar pessoas no mercado em razão da falta de qualificação e a falta de experiência também. Mas mesmo quando as empresas oferecem o treinamento para o trabalhador há casos em que os candidatos não se atentam ao treinamento, faltando atenção naquilo que lhe está sendo mostrado. Isso já nos foi dito inclusive por empresários com os quais conversamos”, conclui Malagutti.