A Argentina é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, atrás somente de China e Estados Unidos. Só em 2023 foram mais de US$ 15,8 bilhões exportados para o país, com destaque para a soja, em tempos de seca argentina.
Outros setores comeciais são destaques de negócios entre os países como os automóveis e autopeças, além de energia elétrica. Entretanto, com o novo presidente eleito, Javier Milei, esse ranking pode cair.
Javier Milei assumiu a posse da Argentina no dia 10 de dezembro e desde então vem fazendo mudanças radicais para melhorar a inflação econômica do país. No dia 12 deste mês, Milei anunciou o que ficou conhecido como o “Plano Motosserra”, que é como está sendo chamado o pacote de ajustes fiscais para tentar controlar a crise econômica que o país vem enfrentando.
O MT Econômico preparou essa pauta para trazer os principais pontos sobre o que está acontecendo no país vizinho.
Um dos principais pontos ao Brasil é que com o aumento provisório do imposto de importações – chamado de “Pais”, que incide sobre a compra de dólares – pode diminuir o comércio entre Brasil e Argentina.
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Outro ponto de destaque é a dolarização da economia argentina. Com essa medida, o dólar oficial passa a ter a cotação fixa de 800 pesos, o que representa um aumento de 118% em relação às cotações anteriores (de cerca de 366 pesos).
Além disso, devido ao déficit discal, fez cortes em ministérios, de 18 para 9 e reduziu de 106 para 54 secretarias. As obras públicas foram paralisadas e as licitações suspensas. Trabalhadores com menos de 1 ano de trabalho também não terão seus contratos renovados. De acordo com Milei, o país não tem dinheiro e as medidas que estão sendo tomadas são para tentar equilibrar o caixa da nação.
Impactos para o Brasil
Conforme já dito anteriormente, a Argentina é um dos principais parceiros econômicos do Brasil, especialmente na parte automóveis, autopeças, gás e energia elétrica. Isso que pode mudar com o encarecimento dos impostos nas transações internacionais.
O novo governo da Argentina aumentou impostos das exportações e importações. A indústria brasileira já vem reduzindo a importação da Argentina, principalmente no segmentos automotivo. A Argentina foi por muito tempo o principal destino de importações de veículos e peças de veículos ao Brasil, porém no ano passado, foi ultrapassada pelo México.
Com a nova tributação, a Argentina favorece produtores nacionais, o que dificulta exportações para o país.
O governo argentino confia que o ano que vem terá boa safra agrícola e será possível reduzir importações de gás com a produção em Vaca Muerta, no oeste do país, uma das maiores reservas do mundo de gás de xisto e de petróleo não convencional.
A Confederações Rurais Argentinas (CRA) disse em uma rede social que se reuniram com o governo mas “rejeitaram categoricamente” um plano que elevaria a 15% os impostos de importação. As exportações de trigo e milho são atualmente taxadas em 12%. A soja já é taxada em 33%.
Atualmente, a Argentina é um dos principais exportadores de óleo de soja e farelo de soja, o terceiro maior exportador de milho e um importante produtor de trigo.
O pacote de austeridade fiscal argentino tem como objetivo principal reduzir o déficit fiscal, porém, o próprio ministro da Economia, Luis Caputo disse à imprensa, que a inflação que está na casa dos 160% pode aumentar no curto prazo, mas garante que no médio prazo a economia da Argentina deve melhorar.
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