Encerro esta série de seis artigos numa pobre tentativa de arranhar as travessuras pelas quais está passando o planeta Terra, o Brasil e nós aqui em Mato Grosso. O protagonista somos nós mesmos, mas o agente é o corona vírus. Um sujeitinho estranho que conseguiu pôr o mundo de joelhos.
Não houve aviso prévio. A onda veio no meio de uma crise político-comercial entre a China e os EUA e atingindo todo o mundo porque são as duas maiores potências mundiais. No Brasil ela chegou por volta de 18 de março último. Negada a princípio, depois assumida e depois ainda tornou-se um fenômeno de controvérsias científicas e políticas. No Brasil o covid 19 tornou-se político e tomou assento nos lugares mais imprevisíveis: Congresso Nacional, presidência da República, Ministério da Saúde, STF, no judiciário e na mídia. Alcançou as ruas na sua pior condição: a de versão distorcida dos fatos reais.
Um Brasil melhor sairá disso tudo. Especialmente porque o péssimo Estado brasileiro terá que se reformar pra sobreviver de algum modo. Vamos aos fatos resumidos. Até o fim do ano o desequilíbrio fiscal atingirá 100% do PIB de 2020. Estará absolutamente quebrado. Terá que reformar todas as estruturas públicas, estatais, reformar os poderes e aposentar ou demitir milhares de funcionários públicos para um Estado basicamente mínimo. O Congresso Nacional não terá outro caminho senão reformar e reescrever a corporativa Constituição Federal de 1988 e torná-la efetivamente cidadã na sua funcionalidade e não só em direitos individuais sem cobertura econômico-financeira.
De tudo isso resultará a redução da maldita burocracia e os emaranhados dos caminhos públicos do governo. Cidadão em primeiro lugar. Estado apenas como facilitador. Não mais como controlador corrupto e gastador sem consciência.
O leitor deve estar pensando que deliro. Não. Os indicadores são todos nessa direção, até porque o Brasil será um dos países no mundo que melhor sairá da atual crise pra um momento civilizatório novo e moderno. E mais: no curto prazo!
As dinastias políticas, judiciais, promotoriais, públicas e privadas irão pro lixo da História. Gerações novas assumirão rapidamente os poderes, numa visão de lógica ética muito mais decente e olhando os resultados sociais coletivos. Não os individualismos tribais do Estado.
A ética da economia, dos bancos, do comércio, dos serviços, da educação, da saúde e dos serviços públicos prestados pelo Estado, entrarão na nova sintonia dos interesses coletivos.
Enfim, todas as utopias dos filósofos, dos pensadores, dos escritores, dos artistas, dos jornalistas, dos professores e de tantos estudiosos e profissionais liberais sonhadores, se transformarão em realidade. Diante dos nossos olhos. Já!
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso