Grandes episódios como a pandemia do corona vírus e a guerra da Ucrânia geram grandes consequências. No caso brasileiro não se escapa à regra.
Em ano de eleições gerais, convivendo com esses desdobramentos, a economia e a política são os primeiros a serem atingidos. Vamos ao caso da política. E vamos nos focar em Mato Grosso.
O estado de Mato Grosso a cada ano e a cada mandato que passa cresce mais a sua projeção no Brasil. Partindo do pressuposto de que em 2030, o Estado produzirá 130 milhões de toneladas de soja, milho, algodão e carnes, os próximos 4 anos dos mandatos políticos eleitos neste ano já conviverão com esse crescimento em larga escala.
Mas hoje o Estado já convive com alguns problemas estruturais muito graves. Um deles á a falta de logística adequada. Há ferrovias em lento andamento por inércia do governo federal. Há problemas sérios na área ambiental por ineficiência dos órgãos federais de licenciamento. Há problemas de crédito. Há problemas de financiamento estrutural. Uma série de outros problemas e natureza nacional pressionam e pressionarão cada vez mais a produção e o nosso estado produtor.
Aqui entra a questão política. Temos uma bancada federal parlamentar de 8 deputados e uma de 3 senadores. É muito pequena pra a dimensão dos problemas que enfrentamos e que enfrentaremos nesses próximos anos.
A tese neste artigo é que, dadas as circunstâncias, a bancada política precisa de uma força muito definida dos setores privados pra pressionar o governo federal e o governo estadual. Não basta cobrar deputados e senadores. É preciso dar-lhes retaguarda e pressionar medidas com a força que possuem empresas de grande porte no agronegócio, na economia, as federações mais focadas, as representações dos produtores, como a Aprosoja, e outras.
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Embora não seja o seu papel, a Universidade Federal cabe nesse campo de discussões. E num certo momento, envolver a sociedade pelo conhecimento. É preciso realizar-se discussões sobre os temas problemáticos envolvendo a sociedade para ampliar a força de pressão.
Mato Grosso terá importância crescente em participação na economia nacional. Isso requer a construção de uma cultura de pressão política mais abrangente e o aprendizado de uma política coletiva de percepção do que está acontecendo.
Encerro afirmando que esse deve ser um tema forte e recorrente nas campanhas eleitorais deste ano em Mato Grosso. O mimimi costumeiro já não basta!
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Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso