O pós-pandemia na maioria dos estados brasileiros é muito incerto. Estados como o Amazonas, entre tantos, incluindo o poderoso São Paulo, estão mergulhados em mar de indefinições e de contradições.
Fora a pandemia, a terrível politização da saúde, gerou uma das fases mais medíocres da vida brasileira. Não tem anjos e nem santos. Tem gente demais querendo se dar bem de um ou de outro modo em cima da pandemia, mesmo que isso signifique prejudicar muita gente da população.
O que quero dizer é que essa pandemia passará logo e vai deixar um vazio de alternativas pro futuro. Aqui entra o título deste artigo. Mato Grosso está rigorosamente bem na lida com a pandemia, da maneira possível. Mas muito melhor do que a maioria dos demais estados.
Interessa olhar o amanhã. O país curvou-se ao poder econômico do agronegócio. Ele não é mais um setor isolado dentro da economia nacional. Puxa a indústria de modo geral num monte de setores como o de máquinas, caminhões, construção civil, por exemplo. Puxa o comércio e puxa o setor de serviços, já que é um grande consumidor de tecnologias, por exemplo, e de muitos serviços especializados ou indiretos da indústria e do comércio.
Mato Grosso lidera na produção do agronegócio brasileiro e tem todas as condições de continuar liderando indefinidamente porque tem todas as ferramentas definidas e já em pleno uso.
Com um perfil da economia sincronizada com o agronegócio, o mercado externo será comprador de commodities por muito tempo. Hoje o pior inimigo da nação é o Estado. Mato Grosso tem a vantagem de que as contas públicas estão em ordem, a despesa bem menor do que a receita de impostos. E tem um grande plano de obras pela frente, avaliado pelo governador Mauro Mendes no valor R$ 9, 7 bilhões.
Recordo-me de 1983. O governador Júlio Campos obteve financiamentos externos e iniciou um enorme plano de obras rodoviárias e hidrelétricas que atraiu pro Estado 18 das 20 grandes empreiteiras do país, à época. O tempo agora se parece com esse projeto de obras nos próximos dois anos. O desdobramento será a construção de um novo ciclo de desenvolvimento semelhante ao da década de 1980.
A conclusão deste artigo é positiva. Há cenários otimistas no horizonte de Mato Grosso. A atração de investimentos na esteira do agronegócio, mais as tecnologias que acompanham e a máquina pública caminhando bem, o futuro é animador. Pode não parecer muito. Mas olhar pro Brasil de hoje e pra esse cenário nosso daqui, dá pra respirar fundo e ter fé.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso