Na apuração do último voto neste último domingo começou a montagem da engenharia da eleição de 2022. De outro ponto de vista começou a montagem da engenharia política em Cuiabá para os próximos dois e também para os próximos quatro anos.
Vamos por partes. Primeiro Cuiabá. Depois Mato Grosso. Emanuel Pinheiro buscou um vice forte com perfil de gestor: José Roberto Stopa. Sabe que sua vitória nas condições em que se deu, o levará fatalmente à disputa da eleição de governador em 2022. Essa condição o levará a uma gestão melhor compartilhada politicamente. Secretariado mais eclético e preocupação forte com a transparência.
Já Abilio Júnior saiu com um patrimônio de votos muito relevante. Desde já fica credenciado a disputar uma vaga de deputado federal em 2022, se quiser. Terá tempo pra digerir a sua campanha pra prefeito e, efetivamente conhecer os seus pontos fortes e os pontos fracos. É um bom quadro que a política de Cuiabá de Mato Grosso ganharam.
Na outra ponta o governador Mauro Mendes é outro quadro relevante. Então temos três quadros bons. Mas com uma curiosidade: sem grupo. São lobos solitários. A menos que daqui pra frente construam grupos políticos. Mas pelo visto, nessa dinâmica, os três deverão mudar de partido. Cada vez menos grupos. Cada vez mais lobos solitários.
Numa outra leitura, temos a própria releitura da política estadual. Não existirão mais grupos partidários na dinâmica das eleições de 2022. O enfraquecimento dos partidos atuais encaminha pro protagonismo individual. No máximo apoios eventuais, porque as coligações estão sendo proibidas gradativamente. Ninguém ganha sozinho, mas não ganha por causa dos grupos e nem das coligações.
A eleição de prefeito mostrou bem isso. Teve apoios, mas não teve coligações resolutivas. Emanuel Pinheiro deverá governar de forma compartilhada, mas sem ter que compartilhar a gestão com partidos que tornam determinados setores os seus feudos eleitorais e políticos.
Do lado de cá, a sociedade revelou amadurecimento na eleição de prefeito e de vereadores. Escolheu bem escolhidos os eleitos. Por isso a dinâmica dos próximos quatro anos será uma dinâmica politicamente mais aberta, mais transparente e melhor articulada. Não tem vitória sem preço. Ainda mais da maneira como foi, disputada voto a voto no final. Bom pro eleitor. Bom pra política. Bom pra democracia!
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso