As discussões ambientais sobre Mato Grosso frequentam cada dia mais os gabinetes ambientalistas e menos os locais da produção. Tornou-se uma grande forma de ganhar dinheiro espalhar o terror sobre o meio ambiente. Organizações não governamentais, setores de universidades, partidos políticos, Ministério Público estadual e federal, funcionalismo público estão numa cruzada suicida. Imaginam que podem deter a tendência mundial e segurar a nova grande onda da segurança alimentar e das energias verdes.
A propósito, o Grupo Amaggi, o maior da área empresarial da agropecuária acaba de compara 500 caminhões Scania, dos quais 100 foram adaptados na fábrica para consumirem cem por cento de biodiesel, que é produzido pela própria empresa. Também a propósito, recentemente o empresário Marino Franz, de Lucas do Rio Verde, sócio da FS Bioenergia disse-me que desafiou o fabricante de tratores agrícolas John Deere a desenvolver um motor de trator movido a etanol. Como Mato Grosso é grande produtor de etanol, resolvendo uma importante equação ambiental e econômica. O motor foi apresentado ao mercado durante a última Expolucas em Lucas do Rio Verde.
Há uma semana assisti em Cuiabá o encontro “Economia Verde: oportunidades de negócio para o Brasil e para o Cerrado”. Já está bem claro que a nova demanda mundial será por segurança alimentar e por energia verde. Nos dois campos Mato Grosso lidera no Brasil e está no mapa do mundo reconhecido como importante player. No século 20 o petróleo liderou essa demanda.
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Já nesta semana entrevistei Guilherme Nolasco, presidente Executivo da entidade nacional UNEM – União Nacional do Etanol de Milho. A mesma leitura sobre o futuro das energias verdes e sobre o Brasil, particularmente Mato Grosso. Hoje se produz no Estado 5 bilhões de litros de etanol de milho e de cana. A expectativa possível é que isso se multiplique em pelo menos 10 vezes daqui até 2030. E ressaltou que tão importante quanto produzir etanol e mudar a matriz de combustíveis, são os desdobramentos nas sucessivas cadeias da produção. Exemplo, além das cadeias industriais, as cadeias da pecuária movidas pelas rações derivadas dos resíduos do milho.
A visão se estende ao carro elétrico no seu padrão atual. As baterias são carregadas com energia derivada de matriz suja como carvão. No caso do etanol, a emissão de carbono desde o plantio até o consumo no carro, já medidos em pesquisa, é infinitamente menor o impacto de emissões.
Tudo isso está rodando na economia de Mato Grosso, ao contrário de teses antigas discutidas nos setores que falei no começo do artigo. Ainda se baseiam em suposições que já morreram faz tempo. O mundo mudou e está mudando muito. E muito rapidamente…
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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