As agências de publicidade que atendem o governo de Mato Grosso juntamente com o ex-secretário de Comunicação do Estado, Kleber Lima estão sendo acusados de desvio de dinheiro público e corrupção empresarial.
Em dezembro de 2016 foi realizado um almoço no restaurante Al Manzul com a imprensa e as agências que atendem o contrato de mídia do governo.
Segundo o Ministério Público, o almoço teria sido pago pelas agências de publicidade a pedido de Kleber Lima. A conta do ‘saboroso’ almoço ficou em R$ 30 mil. Cada agência pagou R$ 6.000, valores comprovados pelas notas fiscais emitidas pelas empresas. Estavam presentes neste almoço as agências, secretários, servidores públicos, convidados e o governador Pedro Taques.
A juíza Célia Regina Vidotti, responsável pelo caso, determinou o bloqueio das contas do Gabinete de Comunicação do governo do Estado e o pagamento de todas as mídias publicitárias. O contrato nº 009/2016/GCOM do governo do Estado de Mato Grosso com as agências é de R$ 70 milhões por ano.
Um trecho da decisão da juíza confirma a suspensão dos pagamentos:
"Defiro parcialmente a liminar pleiteada para suspender, imediatamente, a execução do contrato nº 009/2016/GCOM do governo do Estado de Mato Grosso, por meio do Gabinete de Comunicação, bem como suspender todos os pagamentos, tanto de restos a pagar como das dispensas do exercício corrente, relativos ao referido contrato", diz trecho da decisão da juíza.
Também foi solicitada uma auditoria da Controladoria-Geral do Estado (CGE) no Gabinete de Comunicação do governo (Gcom) e o bloqueio de todo orçamento publicitário deste ano.
A decisão atende um pedido do Ministério Público Estadual (MPE) assinado pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, que acusa o ex-secretário de Comunicação, Kleber Lima (SD), de ter praticado ato de improbidade administrativa e ato de corrupção empresarial, em tese praticado pelas agências de publicidade com contratos junto ao Gcom.
As agências de publicidade que atendem o governo são ZF Comunicação, Nova SB, Soul Propaganda, Casa d' Ideias e FCS Comunicação.
Os promotores também solicitaram a anulação do atual contrato e realização de uma nova licitação para escolher outras agências para atender o poder executivo estadual. Também é investigado o aditivo nos contratos do governo com as agências de 2016 para o ano seguinte, que supostamente atendiam interesses das empresas contratadas e do Gabinete de Comunicação (Gcom).