O governador Pedro Taques (PSDB) anunciou em entrevista à Folha de São Paulo, que após o dia 31 de dezembro de 2018, quando termina sua gestão como chefe do executivo de Mato Grosso, tem planos de voltar a advogar e seguir na carreira de professor.
Ele disse que ainda não sentou para avaliar sua derrota nas urnas e que o fato de ter secretários e aliados envolvidos em casos de corrupção e condutas reprováveis podem ter contribuindo para sua derrota.
O próprio governador teve seu nome divulgado em escândalos de corrupção, como o caso de propinas em obras de reformas de escolas que teriam supostamente sido utilizadas para pagar despesas de sua campanha eleitoral, além do caso dos grampos, que utilizou mecanismos ilegais para espionar possíveis inimigos políticos de seu governo.
No início da sua gestão, Taques defendeu a bandeira anti-corrupção e criticou duramente o ex-governador Silval Barbosa, sobre desvios de dinheiro público, principalmente relacionado às obras da copa em 2014.
Entretanto, Taques teve em sua gestão 8 secretários presos e ele próprio acusado de supostos esquemas, correndo o risco de também ser preso.
Além da má conduta, o governo Taques deve deixar R$ 1,7 bilhão de dívidas para o governador eleito Mauro Mendes pagar. Dívidas de fornecedores, salário de servidores, décimo terceiro, previdência e atraso no repasse à saúde são algumas dívidas que devem ficar para a próxima gestào.
O caixa do estado se agravou ainda mais depois de não ter recebido o Fundo de Auxílio às Exportações (FEX), previsto para este mês de dezembro. O FEX é uma recompensa [pequena, mas ajuda], sobre a desoneração da Lei Kandir, que beneficia o agronegócio no estado, que deixa de arrecadar em torno de R$ 5 bilhões por ano com a isenção de ICMS sobre os produtos primários e semielaborados destinados a exportação.
Referente ao novo presidente eleito, Jair Bolsonaro, Taques avaliou que o PSDB deve ser oposição ao governo.“O cidadão nos colocou na oposição, nem quer que nós sejamos governo”, disse Taques, que apoiou o tucano Geraldo Alckmin e considerou que o desempenho do ex-governador de São Paulo nas urnas foi “aquém”, assim como o dele.