Eleição para decidir a composição do novo Conselho Fiscal da Unimed Cuiabá acontecerá nesta sexta-feira, dia 26 de março. Três candidatos devem ser escolhidos pelos cooperados para ocupar a próxima gestão, que entrará em vigor em março de 2021 e será exercida até março de 2022 (1 ano). O pediatra Dr. Mohamed Kassen Omais é um dos candidatos no processo eleitoral.
Nesta semana, Dr. Mohamed conversou com a equipe do MT Econômico e explicou a função do conselheiro fiscal e quais são seus objetivos dentro do cargo. Para ele, é importante prezar pela transparência nas contas da cooperativa e também ser isento, ou seja, não ter nenhum vínculo com a diretoria executiva ou com empresas do setor privado.
“Eu não me julgo o único que possa assumir o Conselho Fiscal. Acredito que muitos colegas têm esses atributos. O conselheiro fiscal tem que ser isento e eu me considero isento e imparcial. Vou disponibilizar meu tempo para fazer esse trabalho. Minha intenção é apenas o trabalho para o cooperado e dar minha contribuição para a cooperativa da qual eu faço parte”, disse.
Veja a entrevista na íntegra:
MT Econômico: Qual é a função do conselheiro fiscal?
Dr. Mohamed: O Conselho Fiscal é de suma importância para a cooperativa, assim como para outras instituições. Ele visa fiscalizar de maneira isenta os serviços, as contas e até as demandas dos cooperados. Isso é muito importante. Muitas vezes o cooperado não entende que o Conselho Fiscal tem que ser isento de qualquer patrocínio, mesmo com a administração. Este Conselho não está subordinado ao Conselho de Administração e tem a missão de trabalhar em prol dos cooperados.
MT Econômico: Como pretende contribuir com o Conselho Fiscal?
Dr. Mohamed: Eu sou um pediatra, formado em 1992 pela Universidade Federal do Amazonas. Tenho especialização em pediatria no Mato Grosso do Sul, também pela Federal. Sou pneumologista pela Santa Casa de São Paulo. Já fui conselheiro fiscal em 2016. Eu não me julgo o único que possa assumir o Conselho Fiscal. Acredito que muitos colegas têm esses atributos.
O conselheiro fiscal tem que ser isento e eu me considero isento e imparcial. Vou disponibilizar meu tempo para fazer esse trabalho. Minha intenção é apenas o trabalho para o cooperado e dar minha contribuição para a cooperativa da qual eu faço parte. Eu tenho dados e conhecimento das dificuldades dentro da cooperativa.
MT Econômico: Quais seriam as dificuldades atuais dentro do conselho?
Dr. Mohamed: Isso depende de vários setores da Unimed. Precisamos da colaboração de todos para tentar ver onde poderíamos melhorar as contas da cooperativa, entender como funcionam os serviços paralelos dentro das farmácias, o próprio serviço de atendimento, saber os custos que eles estão tendo. Existem inúmeros fatores que precisam ser vistos e revistos. O Conselho Fiscal tem o dever e a obrigação de ir atrás de outras situações dentro da Unimed, de saber como as contas estão fechando.
MT Econômico: Quais são as suas propostas caso seja eleito?
Dr. Mohamed: É importante enfatizar que o Conselho Fiscal não é um órgão que efetiva alguma situação, então não há promessa de melhoria do honorário médico, por exemplo, esse dever não é do Conselho Fiscal. É um órgão fiscalizador. As sugestões viriam em um sentido de aliviar as contas e se as ações vão ser transparentes ou não. Isso depende dos votos que estão sendo realizados dentro do conselho.
MT Econômico: Como o senhor avalia a transparência atualmente no quesito prestação de contas?
Dr. Mohamed: O Conselho Fiscal anterior tentou fazer essa transparência, mas depende dos votos que há lá dentro. Muitas vezes temos dificuldades na demonstração dessa transparência, na colocação de como isso deve ser colocado ao cooperado. Então não depende de um único indivíduo, mas de pelo menos 2 votos, pois são três conselheiros fiscais. A transparência depende de um Conselho Fiscal isento e que realmente não tenha alianças com mais nada, apenas alianças com a cooperativa. Por isso eu acho que não deve ter apoio nem da administração e nem de nenhuma parte do comércio.
MT Econômico: Como o senhor avalia as gestões anteriores?
Dr. Mohamed: A conta é sempre matemática. O que se gasta, o que se recebe e o que sobra para o cooperado. Então eu percebo assim, todas as administrações passadas, inclusive a atual, tentou fazer o melhor. Mas existem sugestões que possam aliviar os custos e talvez eu consiga trabalhar essa situação. A relação da cooperativa com o cooperado, principalmente nessa gestão, eu acho que pode melhorar. O cooperado precisa entender que ele pode se dirigir ao Conselho Fiscal. Existe um canal, sempre teve, mas talvez ele esteja sendo pouco divulgado.
MT Econômico: Alguma consideração final em relação à eleição?
Dr. Mohamed: Eu me coloco a disposição do cooperado. Me considero, como eu disse, uma pessoa isenta de qualquer situação. Quero dispor de tempo. Não me acho o único, mas a minha promessa é fiscalizar. Se possível tornar mais transparente as contas da cooperativa. Nós temos 1,3 mil cooperados. Mais de mil famílias dependem da produção da cooperativa e nós precisamos trabalhar em prol de uma melhor gestão. Eu me disponho a isso como conselheiro fiscal, e quem confiar em mim, pode ter certeza que me dedicarei para fazer um bom trabalho. Quero trabalhar, fiscalizar, sugerir e tornar mais transparentes as contas da Unimed Cuiabá.
MT Econômico: Para a gente finalizar, gostaria que o senhor comentasse sobre a situação da pandemia do novo coronavírus em Mato Grosso.
Dr. Mohamed: A pandemia está difícil para todo mundo. Tem médico perdendo familiares, alguns colegas em situação difícil de saúde, internados, intubados. Não existe uma receita do que é melhor. Sabemos que o isolamento social é importante, o uso de máscara facial é importante. Tudo isso eu não posso nem discutir. Sou totalmente favorável. Nós precisamos fazer o dever de casa. Tanto os médicos, assim como o governo e a população em geral.
MT Econômico: E como o senhor avalia o colapso no sistema de saúde da rede privada?
Dr. Mohamed: A situação é real. Nós temos os serviços realmente lotados. As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) praticamente fechadas com 100% de lotação. Os serviços onde estão sendo ocupados com pacientes de Covid-19, a situação é muito preocupante tanto no serviço privado quanto no público. O que se deve fazer é a conscientização de cada indivíduo de que o isolamento social é importante, e que a ida a certos lugares não essenciais pode esperar. Não adianta só abrir mais leitos, porque isso demanda especialistas, não só médicos, mas fisioterapeutas, enfermeiros, que precisam saber lidar com aquele paciente de terapia intensiva.
Leia mais: Hospital São Judas retoma atendimento após ter ficado um dia fechado