Os brasileiros que desistiram de procurar trabalho bateu recorde segundo um levantamento feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esse indicador é chamado de taxa de desalento. Desalento, segundo definição do dicionário é a falta de alento, desânimo, abatimento ou esmorecimento. Chega uma hora que de tanto procurarem emprego e não conseguirem, as pessoas desistem.
A taxa de desalento chegou a 4,4% no período, a maior da série histórica iniciada em 2012. Ao todo, 4,833 milhões de pessoas gostariam de trabalhar, mas não procuraram emprego no trimestre.
No trimestre, foi recorde também o percentual de brasileiros que está buscando emprego há mais de dois anos: 3,162 milhões de pessoas, ou 24,4% daqueles que procuraram trabalho. A dificuldade para encontrar uma vaga é uma das razões que leva a pessoa ao desalento.
De acordo com o IBGE, cerca de 203 mil pessoas se somaram ao contingente de desalentados no segundo trimestre, na comparação com os três primeiros meses do ano. Em um ano, foram 939 mil pessoas.
"São pessoas que não foram consideradas desocupadas, mas que se você oferecer emprego, elas estão dispostas a trabalhar. Isso mostra que a desocupação pode ser muito maior do que ela realmente é", disse o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
O crescimento se deu em um período de queda da taxa de desemprego, que foi de 12,9% no segundo trimestre, contra 13,1% nos três primeiros meses do ano. O resultado, porém, foi ajudado pelo aumento do desalento e da subocupação.
A quantidade de pessoas que trabalham menos do que gostariam chegou a 6,5 milhões, ou 7,1% da força de trabalho. Em um ano 679 mil brasileiros obtiveram trabalho nessas condições.
A taxa de subocupação foi de 7,1%, contra 6,8% no trimestre anterior e 6,5% no mesmo período de 2018. Ao todo, 6,5 milhões de brasileiros trabalham menos do que gostariam, segundo o IBGE
"Os dados mostram que o cenário no mercado de trabalho brasileiro não é tão favorável quanto aparenta", comentou Azeredo.
No trimestre, a taxa de subutilização da força de trabalho, que inclui os desempregados, os desalentados e pessoas que gostariam de trabalhar mas não procuraram emprego foi de 24,6%, o que representa 27,6 milhões de pessoas, informou o IBGE.
O resultado é ligeiramente menor do que os 24,7% registrados nos três primeiros meses do ano, mas é a maior para um segundo trimestre desde o início da série histórica do IBGE, em 2012. Com relação ao segundo trimestre de 2016, são 1,3 milhão de pessoas a mais.