Mato Grosso dá um importante passo para ajudar a tornar o turismo um dos mais importantes segmentos propulsores de desenvolvimento econômico e social do Estado.
Foi criada e formalizada nesta semana, a primeira Instância de Governança Regional (IGR) de Mato Grosso: a Associação de Desenvolvimento Turístico da Região das Nascentes, denominada como ‘Caminhos das Nascentes’, formada pelos municípios: Barra do Bugres, Porto Estrela, Tangará da Serra, Campo Novo do Parecis, Sapezal, Campos de Júlio e Brasnorte.
A gestão da IGR é composta pelo poder público, por meio das prefeituras, pela iniciativa privada, pelo trade turístico (donos de hotéis e pousadas, de restaurantes, espaços de lazer, transportadoras de viagens, de agências de turismo e etc) e pela sociedade civil organizada. Conforme informações do estatuto da IGR, “trata-se de uma entidade caracterizada como associação, de natureza turística, cultural e ambiental, sem fins lucrativos”.
Entre as principais atribuições de uma Instância Regional constam: Planejar e coordenar as ações, em âmbito regional e local; articular, negociar e estabelecer parcerias, em âmbito regional e local; monitorar e avaliar as ações do Programa, em âmbito local; produzir e disseminar dados e informações.
Importância do feito
Para o coordenador de Pesquisa e Planejamento do Turismo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Diego Beserra, esta ação representa um grande avanço para que o turismo se fortaleça cada vez mais, além de trazer facilidades para a obtenção de recursos e programas públicos.
“Esta IGR funcionará como uma gestão regional, pensando um turismo mais amplo que contemple as sete cidades preservando as suas características. A proposta foi criar uma governança em formato de associação, menos burocrática e verticalizada com a participação coletiva, onde todos podem e devem interagir, possibilitando com isso, tornar menos complexa a missão de discutir diretrizes alinhadas com o desenvolvimento sustentável do turismo nas regiões”, esclareceu o gestor.
Quem também comemora o feito é o diretor-presidente da Associação das Nascentes João Ricardo Bispo, de Campo Novo do Parecis. Segundo ele, essa formalização é uma antiga demanda do setor que, diante das dificuldades em acessar verbas e/ou participar das decisões quanto a gestão de políticas para públicas para o setor, solicitava por mais autonomia para dialogar sobre ações e projetos e também gerenciá-los. “Com este formato podemos intensificar os debates, ouvindo toda a cadeia, discutindo a fundo as prioridades, sem contar que, com essa formalização poderemos nós mesmos buscar verbas que tornem nossas ideias em prática, sem depender dos órgãos públicos”, afirmou.
João que atua militando pelo turismo há mais de 10 anos, já ocupou cargo público como secretário de turismo e também é empresário do setor, conhece bem os potenciais da região e ressalta a importância de ser pioneiro em Mato Grosso ao participar da primeira IGR estadual. “Queremos motivar empresários, profissionais, acadêmicos, entes públicos e privados para que se mobilizem a fazer o mesmo, de forma que a longo prazo todas as regiões mato-grossenses sejam contempladas com suas devidas Instâncias de Governança”.
Região das Nascentes
A região tem como característica ser uma área de transição entre Cerrado e Amazônia, possuindo vários rios de águas cristalinas e tonalidade verde esmeralda, além de imponentes cachoeiras. O ‘etnoturismo’, aliado ao ecoturismo e ao turismo de aventura se apresenta como um rico potencial da região que abriga importantes etnias (Paresi, Umutina, Manoki).
O potencial é tão grande, que a região congrega diversas opções para turistas com variadas demandas. Entre os destaques, turismo de aventura, de pesca, de observação de aves (fauna e flora) e a indígena.
“Nosso propósito é trabalhar ao máximo a divulgação dos nossos atrativos, equilibrando com os investimentos em infraestrutura e qualificação de mão de obra para que, ao final, tenhamos um turismo de qualidade e sustentável”, contou João Ricardo.
Por outro lado, apesar da enorme riqueza natural, a região é conhecida por ter o agronegócio como principal atividade econômica na maioria dos municípios, fazendo com que o turismo de negócio também tem forte influência no fomento do setor, inclusive atraindo eventos para a região.