Mais de 79% da malha rodoviária pavimentada de Mato Grosso apresentam algum tipo de problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima. Já 20,7% da malha foram considerados ótimos ou bons. O resultado faz parte da 25ª edição da Pesquisa CNT Rodovias, divulgada ontem, pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o SEST SENAT.
Em relação à malha considerada ‘ótima’, o percentual em Mato Grosso é de apenas 1,2% do total avaliado, resultado que se assemelha aos obtidos a estados do Norte e Nordeste do Brasil, cuja classificação varia de 1,2% a 0%. Diferente da realidade de estados como Maranhão, Amazonas, Acre e Ceará, é que o Estado é o maior produtor de grãos do Brasil e detentor do maior rebanho bovino do País.
A Pesquisa CNT de Rodovias avalia toda a malha pavimentada das rodovias federais e os principais trechos estaduais. Em 2022, foram analisados 5.484 quilômetros (km) em Mato Grosso, que representam 5% do total pesquisado no Brasil.
O resultado no Estado supera as médias registradas para o Brasil, cujos problemas estão presentes em 66% da malha. Além disso, entre os estados que formam o Centro-Oeste, Mato Grosso detém o maior percentual de dificuldades nas estradas. Em Mato Grosso do Sul são 53,3% do pavimento classificado como regular, ruim ou péssimo. Em Goiás são 59,2% e no Distrito Federal, 47,6%.
Ainda sobre a pesquisa, a CNT relaciona que em Mato Grosso foram registrados 15 pontos crítico e que são necessários investimentos, para recuperar as rodovias no Estado – com ações emergenciais, de restauração e de reconstrução – de R$ 3,60 bilhões. “As condições do pavimento no Estado geram um aumento de custo operacional do transporte de 31,8%. Isso reflete na competitividade do Brasil e no preço dos produtos”.
Três pontos da pesquisa chamam à atenção e detalham melhor a situação das rodovias mato-grossenses: Em 50,5% da extensão da malha rodoviária avaliada do Estado há problemas, 49,5% estão em condições satisfatórias e 0,3% está com o pavimento totalmente destruído.
Em relação à sinalização, 52,6% da extensão da malha rodoviária da região é considerada regular, ruim ou péssima, 47,4%, ótima ou boa e 9% da extensão estão sem faixa central e 13,4% não têm faixas laterais.
Quanto à geometria da via, que trata do traçado em si, 57,5% da extensão da malha rodoviária do Estado apresentam algum tipo de problema, 42,5% estão ótima ou boa. As pistas simples predominam em 81,7% da malha. Falta acostamento em 44,9% dos trechos avaliados e em 55,2% dos trechos há curvas perigosas sem sinalização.
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BRASIL – Os dados apontam que o estado geral da malha rodoviária brasileira piorou em 2022. Dos 110.333 quilômetros avaliados, 66% foram classificados como regular, ruim ou péssimo. Em 2021, esse percentual era de 61,8%.
Com o objetivo de colaborar para o desenvolvimento do transporte rodoviário de cargas e de passageiros, a Confederação avalia 100% da malha rodoviária pavimentada federal e as principais rodovias estaduais. Durante 30 dias, 22 equipes percorreram as cinco regiões do Brasil de forma a compor os resultados da pesquisa de 2022, que passa a integrar a maior série histórica de informações rodoviárias do país, realizada pela CNT, desde 1995.
RODOVIAS SOB GESTÃO PÚBLICA: Na comparação com o ano passado, a piora dos trechos federais e estaduais sob gestão pública chama à atenção. O estado geral na classificação ‘ótimo e bom’ caiu de 28,2% para 24,7%, em 2022, segunda queda consecutiva. Em 2019, o percentual era de 32,5%. Em 2020, o levantamento não foi realizado devido à pandemia de covid-19. Portanto, 75,3% (65.566 quilômetros) da malha rodoviária sob gestão pública apresentam algum tipo de problema, sendo classificados como regular, ruim ou péssimo. Já entre as características analisadas, o pavimento destas rodovias apresentou a maior queda de qualidade: o percentual da classificação regular, ruim e péssimo aumentou de 59,4%, no ano passado, para 62,7%, este ano.
RODOVIAS SOB GESTÃO CONCEDIDA: Em contrapartida, os resultados da avaliação do estado geral das rodovias concedidas apontam que 69% dos 23.238 quilômetros pesquisados são classificados como ‘ótimo ou bom’; 25,8% (5.988 quilômetros), regular e apenas 5,2% (1.209 quilômetros), ruim ou péssimo. O cenário é diferente porque, tradicionalmente, há um maior investimento feito pelas concessionárias em relação às aplicações realizadas pelo setor público. Porém, assim como os trechos sob gestão pública, em 2022, as rodovias sob responsabilidade da iniciativa privada também não escaparam da piora. Em 2021, o estado geral ‘ótimo ou bom’ destas rodovias era de 74,2%, ou seja, o índice apresentou queda de 5,2 p.p.
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