A prefeitura de Cuiabá vai encaminhar um projeto de Lei, de autoria do Executivo Municipal, à Câmara dos Vereadores, para legalizar a cessão do espaço do Complexo Dom Aquino, para utilização da Associação do Comerciantes do Shopping Popular. A antiga estrutura do espaço utilizada pelos comerciantes foi destruída após um incêndio no último dia 15.
Após o incidente, cerca de 600 comerciantes – que geram cerca de três mil empregos diretos e indiretos – que perderam toda a estrutura de trabalho e estoque de produtos e a utilização temporária do campo de futebol e da pista de atletismo do Complexo Esportivo Dom Aquino surgiu como alternativa, proposta pela própria associação, em razão da proximidade com espaço que foi tomado pelo fogo. Porém, a utilização que seria feita a partir dessa semana, recebeu negativa do Ministério Público Estadual e por isso a cessão do espaço deverá ser amparada por meio de lei.
Nesta semana, os comerciantes deram início às vendas e às atividades nas calçadas que margeiam o antigo Shopping Popular, na Avenida Carmindo de Campos. Foi durante a visita às ‘novas instalações’ que o prefeito anunciou que amanhã (24) irá assinar o projeto de lei que será enviado à Câmara Municipal, em regime de urgência, permitindo o uso do espaço pela Associação do Shopping Popular.
O prefeito Emanuel Pinheiro ainda reforçou que o diálogo com o Ministério Público de Mato Grosso (MPE-MT) terá continuidade. “Para vocês terem uma ideia, há famílias aqui com 5 ou 6 camelôs dividindo a mesma mesa, a mesma barraquinha, compartilhando o espaço para que cada um possa sobreviver. É uma situação desesperadora. Eu respeito muito o Ministério Público e vamos defender nossa posição na justiça. Esta é uma questão de solidariedade humana. Entendo que o Ministério Público tem um entendimento diferente, mas como prefeito da capital, não posso ficar quieto diante dessa tragédia. Precisamos ter sensibilidade. Essa é uma questão atípica e trágica que exige empatia e ação. Vou conversar com os atletas e com o Ministério Público, mas não podemos virar as costas para centenas e milhares de pais e famílias que foram colocadas na rua de uma hora para outra, diante de uma das maiores tragédias que abateu Cuiabá. Não podemos aceitar isso como normal”, finalizou o gestor.
O presidente da Associação, Misael Galvão explicou que no gramado será feito uma estrutura semelhante às de exposições e feiras, com estandes compartilhados ao invés de barracas, e que deverão ser ocupados pelos empresários que perderam tudo. No entanto, nada será feito antes que Emanuel encaminhe o PL para apreciação da Câmara. “Provavelmente, deverão ser feitas pela Prefeitura de Cuiabá e Governo de Mato Grosso, uma estrutura igual às grandes feiras. Está tudo organizado”.