A cidade de Várzea Grande anunciou que também deve instalar radares eletrônicos como Cuiabá. A frota do município é de cerca de 150 mil veículos.
O valor será de R$ 53,5 milhões, 60 equipamentos de fiscalização eletrônica, entre radar, lombada e sensor de avanço de semáforos. A licitação para contratação da empresa que deverá executar o serviço está prevista para ocorrer entre janeiro e fevereiro de 2017.
A previsão é de que em 2017 sejam instalados cerca de 20 equipamentos. O restante ao longo dos próximos quatro anos.
Para reforçar, a assessora de Mobilidade Urbana, Inaciray Ramos, apresenta dados sobre acidentes de trânsito na cidade. Entre 2014 e agosto deste ano, o município contabilizou 4.710 sinistros.
Somente neste ano foram 1.259, sendo 35 mortes. Desde 2014, 120 pessoas perderam a vida em decorrência da violência no trânsito.
Entre, as principais causas estão o excesso de velocidade e a imprudência, como dirigir alcoolizado. “Pesquisa sobre o custo social para o município, entre acidentes com e sem vítimas e óbitos, mostra que o valor é de R$ 53,5 milhões (desde 2014)”, frisou.
O supervisor da Guarda Municipal, Rodrigo Alonso Lemes, também rebate a crítica daqueles que classificam a fiscalização eletrônica como indústria da multa. “Temos uma média de 2,73% de acidentes de trânsito por hora em Várzea Grande. Além disso, todo recurso oriundo das multas é obrigatoriamente voltado para a sociedade em melhorias da malha viária, sinalização e educação para o trânsito”, disse.
Segundo Maia, os aparelhos serão instalados de acordo com estudos técnicos feitos em abril passado por uma empresa contratada. Entre as vias a serem contempladas, estão a Avenida da FEB, que liga a cidade à Cuiabá, Guarita, Mario Andreazza, Júlio Campos e 31 de Março.
Neste último caso, por exemplo, a colocação da fiscalização eletrônica tem sido uma cobrança dos moradores por conta do excesso de velocidade, consequentemente, dos frequentes sinistros registrados ao longo da pista. “Na 31 de Março, os motoristas e motociclistas chegam a desenvolver velocidade acima dos 90 Km/h. Na Avenida da FEB, passam a 95 Km/hora”, frisou Maia.
Além das obras paralisadas do veículo leve sobre trilhos (VLT), de responsabilidade do Governo do Estado e que obriga maior prudência por parte dos condutores, na FEB a velocidade máxima permitida é de 60 Km/h. Em julho passado, moradores chegaram a bloquear a 31 de Março para cobrar a instalação de redutores na via. O protesto ocorreu após a morte de rapaz de 18 anos. O carro que ele dirigia colidiu em um poste.
Um mês antes, uma criança de seis anos e dois adultos foram atropelados enquanto andavam pela ciclovia ao longo da pista. O motorista de um carro perdeu o controle da direção, invadiu a ciclovia, derrubou um poste e atropelou as vítimas.
À época, a polícia informou que o veículo estava em alta velocidade e fez diversas ultrapassagens. O levantamento técnico mostra ainda que mais de 90% das vias urbanas da cidade são de mão-dupla, com largura variando de 6 a 8 metros, o que impossibilita a sinalização horizontal de estacionamento de veículos e local para embarque e desembarque para o transporte coletivo. Tal fato impacta sensivelmente na mobilidade e contribui para o aumento de acidente de trânsito.