A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) disse que aguarda a publicação das medidas do governo federal para aumento das vendas de carros quilômetro no País e que apoia um programa que seja voltado às pessoas físicas, que foram retiradas da base de consumo durante a pandemia, por terem perdido poder de compra.
A Federação, que participou das tratativas junto ao governo federal, espera que o projeto expanda a base de consumo de carros zero quilômetro no país, por meio do repasse da redução tributária, que será obtida pelas montadoras, aos consumidores, além de uma possível ampliação do crédito. Para isso, a entidade afirma que a comercialização dos veículos deve ser realizada, exclusivamente, por meio das concessionárias de veículos existentes no Brasil, a fim de garantir que o benefício fiscal chegue, efetivamente, ao consumidor final.
“Somos mais de 7.300 concessionárias que, juntas, empregam, diretamente, 310 mil pessoas, em mais de 1.000 municípios, em todos os estados brasileiros, e respondem, sozinhos, por 5,13% do PIB Nacional. Realizamos não só a distribuição de veículos, mas, também, respondemos pela manutenção dos mesmos. Somos o elo que garante atendimento de milhões de consumidores em todo o território nacional e isso é um direito que o cliente não irá perder”, ponderou Andreta Jr., Presidente da Fenabrave.
As concessionárias estão se preparando para atender a esta nova demanda e para receber reservas dos consumidores. “Estamos confiantes no esforço do governo federal em potencializar o acesso ao carro zero e as concessionárias estarão vigilantes para que os benefícios cheguem ao consumidor final. A redução de preços, que será permitida pela diminuição do IPI e PIS/COFINS, cuja comercialização se dará, no nosso entendimento, exclusivamente, por meio das concessionárias, que são o efetivo elo de atendimento e prestação de serviços do mercado e impulsiona a renovação da frota nacional rumo à modernização tecnológica, à segurança do trânsito e à descarbonização ambiental”, concluiu Andreta.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio Lima Leite, afirmou que a redução de impostos no setor, está produzindo efeitos imediatos na cadeia de produção automobilística. Ele disse que as montadoras já estão alterando planejamentos para poder produzir mais.
“Nós tivemos notícias de três fábricas que suspenderam lockdowns [paralisação dos trabalhos por falta de demanda] que estavam previstos. O efeito [da redução dos impostos] é imediato [e isso explica] a urgência dessas medidas”, disse.
Para ele, a queda de impostos poderá elevar a produção do setor em cerca de 300 mil veículos por ano. Ele ressaltou, no entanto, que as medidas ainda não foram anunciadas na sua integralidade. “Essas medidas podem impactar o mercado entre 200 ou 300 mil unidades, mas depende, porque nós ainda não conhecemos todas as regras. Mas não seria muito imaginar algo em torno de 200 mil a 300 mil unidades dependendo de como vai ser essa composição que será anunciada”, acentuou.