A Câmara Municipal de Cuiabá foi sede de uma audiência pública convocada pela Comissão de Obras Públicas, com o intuito de discutir os avanços e os desafios das obras do BRT na cidade. Presidida pelo vereador Alex Rodrigues.
Conforme a assessoria do vereador, apesar da ampla participação de autoridades e especialistas, a audiência foi marcada por uma ausência significativa: o governo do estado, responsável pelas obras, não enviou nenhum representante. A ausência foi bastante impactante, considerando que foram 45 dias de organização para a audiência. A falta de explicações sobre o andamento da obra e os atrasos no cronograma gerou revolta entre os presentes.
Os atrasos nas obras do BRT têm gerado sérios impactos no trânsito de Cuiabá, com reflexos visíveis em várias regiões da cidade. A situação é especialmente crítica em avenidas como a do CPA e Fernando Corrêa, onde as obras têm causado congestionamentos e dificultado o deslocamento da população. A Avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha), um dos principais pontos críticos da obra, ainda não conta com uma solução definitiva para os alagamentos que comprometem a operação dos ônibus elétricos planejados para o sistema.
Além disso, os atrasos têm origem em um impasse entre o governo do estado e o Consórcio Construtor BRT Cuiabá, liderado pela Nova Engevix Engenharia e Projetos S/A. O consórcio, contratado em 2022 por R$ 468 milhões, afirma que o anteprojeto da obra não previu soluções essenciais, como a macrodrenagem da Prainha, o que tem dificultado a execução do cronograma e gerado mais atrasos.
Presente à audiência, realizada na última sexta-feira (14), o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL Cuiabá), Júnior Macagnam, reiterou a necessidade de que a sociedade tenha acesso tanto ao projeto quanto ao cronograma das obras. “Independentemente da solução encontrada para a gestão das obras, a sociedade cuiabana tem direito de ter acesso ao projeto. Com o cronograma em mãos, o comerciante poderá se programar, tomando decisões para minimizar os impactos sobre seus negócios”, explicou Macagnam.
A CDL Cuiabá tem solicitado ao governo do Estado o cronograma das obras desde 2024, mas até então não foi atendida. Em 6 de fevereiro, a entidade formalizou ao governo e à prefeitura da capital, uma série de solicitações e sugestões visando minimizar os impactos sobre o setor de comércio e serviços da capital.
Sondagem feita com empresários localizados à Avenida Rubens de Mendonça (do CPA) indicou que 90% das empresas foram impactadas negativamente pelas obras. Em média, houve uma redução de 36% no faturamento quando comparado com 2023. Dois em cada dez estabelecimentos precisaram demitir para reduzir os custos.
“Uma de nossas propostas é a criação de uma comissão para monitoramento das obras, com representantes da Câmara Municipal, do governo do Estado, da prefeitura, do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), da Assembleia Legislativa (ALMT), do Ministério Público Estadual (MPE) e da CDL Cuiabá, representando o setor de comércio e serviços da capital”, sugeriu o presidente da entidade durante sua fala na audiência pública.
PROPOSTAS DE SOLUÇÕES E PRÓXIMOS PASSOS – Durante a audiência, os vereadores presentes reafirmaram seu compromisso em buscar soluções para destravar a obra e atender às necessidades da população cuiabana. Como próximo passo, os membros da Comissão de Obras Públicas realizarão uma visita técnica aos canteiros de obra para avaliar de perto os avanços e os desafios enfrentados pelo projeto. “Nosso compromisso é com os cuiabanos. Essa obra precisa andar e atender às necessidades da população”, enfatizou Alex Rodrigues. A visita técnica servirá para que os vereadores possam verificar, pessoalmente, o andamento da obra e buscar alternativas para acelerar sua execução.
NA SEMANA PASSADA – Conforme já noticiado pelo MT Econômico, o governo de Mato Grosso e o Consórcio BRT chegaram a um acordo sobre a não rescisão do contrato para continuidade das obras do BRT em Cuiabá e Várzea Grande.
De acordo com o documento, o consórcio terá prazo de 150 dias, ou seja, cinco meses para concluir os trabalhos na Avenida do CPA. Ainda conforme as cláusulas contratuais, o consórcio deverá concluir os trabalhos no trecho entre a entrada do bairro CPA, até próximo ao Crea, na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (Avenida do CPA).
“Esse acordo é importante pois colocamos um fim em uma possível disputa judicial que poderia atrapalhar a conclusão da obra. Trabalhamos sempre com o objetivo de garantir a conclusão do trecho, que já foi iniciado e, com isso, proporcionar a mobilidade no trânsito de toda a região. Agora, podemos avançar na contratação de novas empresas para terminar o BRT”, destacou o governador Mauro Mendes.
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