O dólar deu um salto no final da semana. Fechou a sexta-feira (22) custando R$ 3,902, a maior alta diária desde maio de 2017 de R$ 0,102 (2,69%). Já a bolsa de valores despencou.
Desde 18 de maio de 2017, dia seguinte à divulgação de gravações do empresário Joesley Batista, a moeda norte-americana não subia tanto em um dia. Naquela sessão, o dólar comercial valorizou-se 8,15%. Nesta semana, a divisa acumulou alta de 2,14%.
O dia também foi marcado pela tensão no mercado de ações. O Ibovespa, índice principal da B3 (antiga Bolsa de Valores de Sâo Paulo), encerrou a sexta-feira com queda de 3,1%, aos 93.735 pontos. O indicador, que bateu recorde e encostou nos 100 mil pontos na última segunda-feira (18), fechou a semana com queda de 5,45%. Esse foi o pior desempenho semanal desde agosto de 2018.
A turbulência no mercado financeiro ocorre no dia seguinte à prisão do ex-presidente Michel Temer e ao adiamento da escolha do relator da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. No exterior, as tensões em torno do Brexit –saída do Reino Unido da União Europeia – e a divulgação de dados econômicos mais fracos que o esperado na zona do euro afetaram o mercado global.
Nos Estados Unidos, a curva de juros dos títulos do Tesouro norte-americano inverteu-se pela primeira vez desde 2007. A última vez em que isso ocorreu foi um ano antes da recessão global provocada pela crise no mercado de hipotecas imobiliárias, em 2008.